O BRASIL PRECISA DE MUITOS JUANS E JEANS

Uma pequena história que decidi compartilhar como mensagem de ano novo com amigas e amigos.

Estava fazendo compras no supermercado Asun da Juca Batista, no Chapéu do Sol, zona sul de Porto Alegre.

Não achei a cerveja que queria. Um guri com idade de 16 ou 17 anos colocava produtos na prateleira e largou o que estava fazendo. Me disse que daria um jeito.

Foi quando chegou outro guri, mais ou menos da mesma idade, e disse que iria ao depósito.

Gostei do desprendimento dos dois, gostei da cara deles, me fez bem aquela cena toda.

Perguntei ao que estava ao meu lado o nome dele. Me disse que se chamava Juan.

Eu o informei de que iria comunicar ao gerente que o atendimento deles era elogiável e que o Asun precisava do sorriso dos dois sempre.

Foi quando, antes que eu perguntasse o nome do outro, Juan me disse:

– Ele se chama Jean – e apontou em direção ao depósito.

Juan estava pedindo que eu dividisse o elogio com o colega. Na verdade, que eu somasse um elogio ao outro, porque os dois mereciam reconhecimento.

Fui até uma supervisora e disse que Juan e Jean haviam melhorado meu dia. Ela me disse: eles são ótimos.

Esses dois guris têm para mim a cara de 2023. De um país solidário, mas que vinha separando e embrutecendo muitos Juans e os Jeans.

Um grande abraço, amigas e amigos. 2023 não será fácil. Mas vamos retomar nossos lugares nesse mundo e não vamos recuar mais.

Um grande abraço aos meninos negros Juan e Jean. Orgulhem-se do que vocês fazem e do que vocês são e lutem pelos seus sonhos.

(Este texto é dedicado aos meus netos Joaquim, Murilo e Martina. Joaquim fez 12 anos ontem. Eles viverão como adultos num mundo melhor do que o nosso, que ajudarão a construir.)