O DIA DELES

O diretor de teatro Nestor Monasterio deu a inspiração para a minha homenagem no Dia do Trabalho. No domingo, fui ver a peça Palco Babylonia, que ele dirige e em que também atua, ao lado da Heloísa Palaoro e do Fernando Waschburger, com texto do Artur José Pinto.
Nos divertimos, eu e a Virginia, porque eu andava precisado de algo que me distensionasse. A peça é alegre, todos estão bem, mas me desculpem os homens: o show é da Heloisa. Ela discursa, canta e dança como se flutuasse no palco.
E aí, no final, o Monasterio fez um fecho com um desabafo. Lembrou que a sua companhia, a Etceteratral, está há décadas na estrada. Falou da inconstância na vida do artista de teatro e disse que às vezes se pergunta: o que continuo fazendo aqui?
Pois continua resistindo. O diretor de teatro Nestor Monasterio me deu a ideia. Se fosse homenagear alguém hoje, e se a minha homenagem tivesse alguma importância, eu homenagearia os artistas.
A maioria sem carteira assinada, sem convênio médico, sem previdências privada. Falo de todos os artistas, dos que cantam, tocam, pintam e bordam, mas em especial dos que lidam com a representação. Dos que frequentam o Theatro São Pedro aos que se viram nas sinaleiras.
O artista é um dos trabalhadores mais maltratados pelo golpe. Porque o dinheiro para a arte é um dos primeiros a sumir dos governos, dos patrocinadores e dos consumidores, quando a crise e desesperança apertam.
Monasterio fez aquele discurso no final, mas no fundo o que ele quis dizer é: nós vamos seguir em frente. Sigam e façam o que a arte sempre fez. Não desistam de defender a democracia. Não deixem os golpistas em paz.

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