O novo tango argentino: rejeitam o pacotaço, mas apoiam seu autor

Os jornais argentinos, incluindo os jornalões, como o La Nación, já desvendaram os nomes do entorno de Javier Milei que participaram da idealização, planejamento e elaboração do pacotaço que pode destruir o país.

Não são nomes de quadros avulsos prestativos arregimentados na extrema direita e no liberalismo. São empresários bilionários e executivos de ponta de grandes grupos, liderados por Eduardo Eurnekian, dono da Corporación América, que administra aeroportos e de quem Milei foi empregado.

E mesmo assim, mesmo sabendo que Eurnekian, seus funcionários e seus empresários amigos fizeram o pacote, Milei tem o apoio de 54,7% dos argentinos.

Não é um jornal de direita que informa que Milei está forte. É o Página12, o maior jornal de esquerda do país. O Página 12 encomendou a pesquisa ao Centro de Estudios de Opinión Pública (CEOP).

Para tornar tudo mais confuso, a mesma pesquisa, divulgada no domingo, diz que 54,4% dos argentinos são contra o mesmo pacote que sequestra direitos dos trabalhadores e os entrega ao mercado.

O resumo: o percentual de argentinos que rejeita o pacote “liberalizante” é alto, é a maioria.

Mas também é maioria, em índice semelhante ao dos insatisfeitos, o número de argentinos que expressam apoio ao sujeito. Vá entender.

Sabem que o pacote é contra os interesses da maioria, com aumentos já provocados de mais de 100% nos preços de alguns alimentos, 60% nos combustíveis e de mais de 100% até nos preços das fraldas. Mas apoiam o fascista.

Na quarta-feira, haverá o que talvez venha a ser o primeiro duelo do fascistão com os sindicatos. A CGT (Central Geral dos Trabalhadores), a maior central argentina, promete ir às ruas.

A CGT, controlada pelos peronistas, ficou de fora da mobilização frustrada de quarta-feira da semana passada, comandada pelas organizações piqueteiras, de esquerda. Será que desta vez vai dar certo?

Se não der, o tango ficará ainda mais trágico. Se o fracasso se repetir, quem tentará enfrentar Milei nas ruas? Mais do que em qualquer outro país, o povo depende muito das ruas na Argentina.

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ETARISMO
Uma pergunta natalina: por que ficou engraçado e ‘inteligente’ bater na velhice de Roberto Carlos, como se ele devesse ter desistido de cantar?

Olhem a banda do cara no show anual da Globo. RC reconhece até agora o talento desses músicos fantásticos, todos com idades ao redor dos 70 anos.

Quem mais faz isso no Brasil com essa grandeza? Por que gente com mais de 60 anos bate tanto em Roberto Carlos?

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