Odorico
O homem do Jaburu vem a Porto Alegre segunda-feira para entregar 61 ambulâncias. O golpe ressuscitou os eventos para entrega de ambulâncias. Poucos atos são tão demagógicos, em qualquer governo medíocre, quanto este de fazer festa para saudar ambulâncias.
Ambulâncias só ajudam a adiar soluções para os problemas estruturais da saúde, mas agradam prefeitos que passam seus problemas adiante (principalmente para Porto Alegre).
O homem do Jaburu está cada vez mais parecido com o Odorico Paraguaçu.
Gostei da comparação. Ela é ótima, parabens. Ao mesmo nível da de ACM, anos atrás. Realmente, a entrega solene de ambulâncias às comunidades sempre serviram de exemplo àqueles governos medíocres, populistas e demagogos. É a saúde pública sendo empurrada pela barriga. Segundo a Folha de São Paulo, de 01 de maio de 2004, Lula participou de uma cerimônia de entrega de cinco ambulâncias à prefeitura de Ribeirão Preto. Lula, e a orgulhosa Primeira Dama, Dna. Marisa Letícia, passaram solenemente em revista as ditas ambulâncias. O detalhe, ainda segundo a Folha de São Paulo, era que as tão sonhadas ambulâncias eram praticamente sucatas, que andavam pelas ruas de Ribeirão Preto 24 horas, há sete e oito anos. Foram pintadas e receberam o adesivo do Governo Federal. Em 25 de março de 2010, Lula entregou em Tatuí, 650 ambulâncias para 573 municípios. Falou, falou, e falou de sua infância pobre ( ele adora contar de sua infância pobre), e num sintoma de quem já não sabe mais o que diz, passou a culpar os médicos pelos problemas da saúde pública: “… pois é muito fácil ser médico na Avenida Paulista”. A cerimônia, essencialmente política, foi uma fraude. As ambulâncias eram destinadas ao SAMU, aos erviços médicos de urgência.A maior parte dos municípios a que se destinavam as ditas, não tinham esse serviço, daí terem de recorrer a outras prefeituras, mais equipadas. Dilma tambem participou de várias entregas solenes de ambulâncias, em várias prefeituras pelo Brasil todo. Numa delas, no Ceará depois de falar e falar, deixou a platéia tão confusa quanto aquele repórter que a entrevistou para a TV Al Jazeera. Penso que Temer terá sempre algum personagem, folclórico, obtuso, para ser comparado. Lula e Dilma, não. Eles são os personagens.