Quem mete medo, Massa ou Milei?
O Globo informa em manchete, em reportagem de Janaína Figueiredo, que Sergio Massa (foto), o candidato do peronismo a presidente nas eleições de outubro, faz a campanha do medo na Argentina ao propagar que a vitória do fascista Javier Milei pode representar a perda de benefícios sociais pelos mais pobres.
Não é campanha de medo, é o que deve mesmo acontecer. Milei anunciou, sim, que vai fechar escolas públicas e tirar o suporte de programas sociais para quem já não tem quase nada.
Mas o Globo registra a ameaça de Massa, e não as ameaças de Milei, e reflete assim a reação média do eleitor que aderiu ao candidato da extrema direita.
Mais de 30% dos argentinos, segundo as pesquisas, apostam que Milei irá salvá-los. Foi o que aconteceu com Bolsonaro aqui.
Sabiam o que ele faria e acabou fazendo. Destruiu os programas sociais, programou a lenta destruição do SUS, não corrigiu o salário mínimo, acabou com o Minha Casa Minha Vida, negou vacina à população, desmontou a universidade pública. E quase se reelegeu.
Milei anuncia que vai reduzir gastos públicos com a fusão dos ministérios da Saúde e da Educação.
A educação deixaria de ser obrigatória e gratuita. Redes privadas assumiriam as escolas e as famílias receberia um voucher para pagar a escola particular.
Milei quer fazer com que, através de um seguro que não diz como funcionaria, a população pague médicos e profissionais da saúde por serviços que hoje são públicos e gratuitos, como no SUS brasileiro.
Fecharia o Banco Central e dolarizaria a economia, o que faria com que só quem tem dinheiro para comprar dólares pudesse poupar e sobreviver.
O fascista pretende abrir totalmente a economia à competição internacional e tirar a Argentina do Mercosul, o que acabaria com pequenas indústrias e destruiria o pequeno varejo.
Mas o Globo acha que Massa, um moderado do kirchnerismo, é quem espalha o medo quando fala dos riscos de aumento das tarifas no transporte público, do corte de verbas para os pobres e das privatizações. É o que sempre disseram de Lula e de Dilma.