RESPONSABILIDADES

Saí do seminário Loucos por Democracia, no final da tarde, pensando no que poderia destacar do que vi.
Poderia falar da performance poderosa do Cid Branco, de uma menina estudante de enfermagem que chorou ao dar seu depoimento, ou do relato de Preta Mulazzani sobre a capacidade de Alegrete de inovar e transgredir na abordagem da doença mental, ou da apresentação do Grupo Nau da Liberdade (foto).
Poderia destacar um monte de depoimentos (da Daniela Arbex, da Sandra Fagundes, da Maria de Fátima Bueno Fischer), no evento promovido pelo Fórum Gaúcho de Saúde Mental e a Nau da Liberdade no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.
Decidi que o mais impactante foi a fala de uma moça que não conhecia. A psicóloga Manuele Monttanari Araldi. Todos os participantes dos painéis observaram que não há política pública, em área alguma, sem democracia.
E que não vivemos sob uma democracia plena, pelos motivos que todos sabem e porque as estruturas da área social estão sendo destruídas pelos que assumiram o poder com o golpe.
Mas Manuele foi adiante e disse, ao final da sua fala, que se dirigia aos da sua geração, aos que nasceram e cresceram sob os benefícios das conquistas da Constituição de 88. Onde está essa geração no momento em que se deve lutar pela defesa do que a democracia tem de mais substantivo?
Manuele fez um apelo e uma advertência. É a hora da sua turma assumir a sua “responsabilidade geracional”. Que os jovens se deem conta de que precisam defender o que acham que nunca perderiam.
Foi um belo encontro. E em novembro tem a Parada do Orgulho Louco em Alegrete. Para alegrar a cidade e para incomodar os reaças de todo o Estado que que se acham muito certinhos.

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