Ruth

Ruth Escobar estava com Alzheimer havia mais de 15 anos. Por isso nos surpreendemos com a notícia da sua morte, porque ninguém mais falava dela. Nós é que nos esquecemos de Ruth Escobar.
E é agora, quando ela morre, que nos damos conta de que o que falta ao Brasil hoje, entre outras figuras, é uma mulher (sim, tem que ser uma mulher) com a capacidade de falar alto, de transgredir e de afrontar poderosos com o destemor da arte, da retórica e da ação de Ruth Escobar.
Ruth Escobar foi, por muito tempo, na resistência à ditadura, a nossa louca preferida, com aquele sotaque português conduzindo ideais e frases cortantes. A ditadura temia Ruth. O Brasil precisa de outras loucas com a vitalidade cívica de Ruth Escobar.

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