Uma obsessão do presidente fascista preocupa os judeus argentinos

O jornal La Nación publicou reportagem que aprofunda uma das tantas questões controversas envolvendo Javier Milei: sua obsessão em dizer que é amigo de Israel e dos judeus e a decisão de converter-se ao judaísmo.

Por que essa exposição pública, que alguns consideram uma farsa e que o coloca ao lado de líderes da direita judaica de Buenos Aires, preocupa outros judeus progressistas da comunidade?

Toda a reportagem tem foco no receio de líderes judeus de que essa aproximação não dará certo e de que mancha a imagem deles, além de fomentar conflitos com outras religiões e etnias.

Javier Milei, assim como Bolsonaro, precisa dizer que está com o fascismo que governa Israel e dessa forma está também com os Estados Unidos e todos que patrocinam o massacre de Gaza.

A maioria dos críticos faz declarações anônimas ao jornal, contrariados com a tentativa do extremista de conectar suas políticas ao judaísmo.

Mas um líder, Alejandro Avruj, rabino da comunidade Amijai, disse o que pensa sem temer represálias:

“A busca espiritual e o desenvolvimento de uma ética baseada em valores espirituais são essenciais para qualquer político, empresário, jornalista ou trabalhador. O que eu espero é que isso fosse trabalhado na esfera pessoal e privada, sem que se tornasse parte da agenda pública”.

Na posse, ao receber os cumprimentos de meia dúzia de governantes, Milei fez um gesto cuja repercussão os jornais quase esconderam. Entregou a Volodimir Zelenski um grande candelabro de nove braços do chanucá, a festa das luzes dos judeus.

Só o ucraniano recebeu o candelabro. O sujeito que tem um Exército de milicianos nazistas, como o Batalhão Azov, recebe de um indivíduo apoiado por nazistas um presente-símbolo do judaísmo. Parece estranho, mas é uma jogada.

Bolsonaro também já fez fotos ao lado do candelabro e se dizia amigo dos judeus e de Israel, enquanto aparecia ao lado de europeus nazistas e teve assessores que são processados hoje por vínculos com o nazismo e o supremacismo.

O presente foi certamente uma cena combinada, para que não houvesse surpresa. Zelenski parecia radiante.

Na terça-feira, logo depois de seu ministro da Fazenda, Luis Caputo, anunciar o primeiro pacote com o choque da desvalorização do peso, Milei participou à noite de uma festa das luzes (foto), ao lado de um candelabro.

Foi na Praça Uruguay, em evento promovido pela organização judia ortodoxa Jabad Lubavitch. Logo no início do evento, segundo o La Nación, Milei gritou: “A luz triunfa diante da escuridão”.

Judeus progressistas argentinos, brasileiros e de toda a América Latina sabem que estão diante de um farsante.

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