Mais uma lição dos argentinos para o Brasil anestesiado por um golpe que domina o Judiciário e retroage agora ao escravismo. Está para ser finalmente desvendado, por força das mobilizações de rua, o ‘mistério’ do desaparecimento do artesão Santiago Maldonado, sumido desde agosto depois de um confronto com a polícia na Patagônia.
A suspeita sempre foi de que a polícia da região, a mando de aliados da direita de Maurício Macri, prendeu e matou Maldonado. Testemunhas viram o rapaz sendo preso, e depois ele nunca mais foi localizado.
Agora, encontraram um corpo que pode ser dele, jogado no Rio Chubut, com as características de desova de cadáver, como as ditaduras sempre fizeram em toda a América Latina.
Se o corpo for mesmo de Maldonado, a direita argentina estará mal para sempre e especialmente para as eleições legislativas de domingo. Porque lá, ao contrário do que acontece no Brasil, a população se mobilizou em grandes passeatas para obrigar o governo a esclarecer o que havia acontecido com o artesão.
E Maldonado era apenas um artista andarilho que apoiava os índios mapuche da região, que perderam suas terras pela invasão da Benetton. Não era um nome importante, não era político, não era líder. Era um cidadão aliado de indígenas que defendem seu território, e foi por ele que o povo gritou por várias vezes nas ruas de Buenos Aires.
A direita não age impunemente. Pelo menos na Argentina.

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