A PROLIFERAÇÃO TARDIA DAS BANDEIRAS

Alastra-se um fenômeno recente na zona sul de Porto Alegre. Casas de classe média exibem a bandeira brasileira em sacadas, pátios, grades e janelas.

Em situação de normalidade, seria apenas uma imitação do que os americanos fazem. Mas imitar o civismo americano não é um costume brasileiro.

Tanto que uma busca de imagens com as palavras ‘casas com bandeira’, no Google, nos mostra casas de americanos com, é claro, bandeiras americanas.

No Brasil, bandeiras tremulando são uma moda do bolsonarismo há muito tempo. A zona sul de Porto Alegre é apenas retardatária.

Há uma quadra, numa rua só de casas, com cinco prédios embandeirados. Por que só agora, no pior momento de Bolsonaro?

Seria interessante poder perguntar a motivação. Mas é provável que, além do apoio óbvio e explícito a Bolsonaro, esteja sendo exposto também um certo civismo militarista, não necessariamente bolsonarista.

Bolsonaro fez com que direita e extrema direita assumissem posições públicas que antes não se manifestavam dessa forma.

A bandeira na frente da casa talvez seja mais do que um gesto de exaltação do principal símbolo de um país.

É possível que algumas bandeiras não pertençam nem a bolsonaristas, mas a admiradores de dissidentes de Bolsonaro.

Podem ser pessoas identificadas com o general Hamilton Mourão, ou com Sergio Moro. Muda o personagem, mas a intenção é a mesma.

O ‘nacionalismo’ exacerbado por Bolsonaro produz um efeito a ser ainda analisado. Porque é o nacionalismo de um presidente que não defende o patrimônio e os bens do país, incluindo dois dos maiores símbolos nacionais, a Amazônia e a Petrobras.

A farsa do nacionalismo de Bolsonaro é na verdade mais uma manifestação de anticomunismo, antilulismo e antitudo do que propriamente de patriotismo.

Quem quiser que acredite no nacionalismo de araque do sujeito que só defende mesmo os interesses da própria família.

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BRAVOS
Nunca fui servidor público, mas tenho uma inveja gigantesca da valentia desses 37 cidadãos do Inep, que sacrificaram suas carreiras para denunciar os crimes do fascismo.

Que essa bravura seja muito contagiosa.

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BRINCA COM A EXTREMA DIREITA, ALONSO
Só falta pedir que a Anistia Internacional seja mobilizada para socorrer Gustavo Alonso, colunista da Folha que decidiu ser engraçadinho e falar da Marília Mendonça “gordinha”, em texto publicado no dia da morte da cantora.

“Uma massa ensandecida partiu para cima de mim por meio das redes sociais, caluniando-me, xingando-me”, reclama o colunista, que é uma pessoa muito sensível.

Gustavo Alonso não sabe nada de massa ensandecida. Ele que provoque as massas da extrema direita pra ver quem são os ensandecidos.

Esse cara rebaixa o perfil de uma figura típica da Folha, o polemista farsante que mexe com todo mundo, menos com os poderosos.
Faz brincadeirinha com os fascistas, Gustavo Alonso.

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One thought on “A PROLIFERAÇÃO TARDIA DAS BANDEIRAS

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