O JORNALISMO ALIADO DA PESTE
É vergonhoso o tom de comemoração dos jornais La Nacion e Clarín com o que consideram o sucesso da Marcha da Morte hoje em Buenos Aires.
Os dois jornais apoiaram o bandeiraço contra a quarentena, mas usado pela oposição como “uma manifestação pelas liberdades” e também contra a proposta de reforma do Judiciário, apresentada por Alberto Fernández.
Os dois maiores jornais do país aderiram a um ato condenado por alguns setores da direita por representar uma afronta contra as medidas de contenção da pandemia.
La Nacion e Clarín lideram o discurso de que o isolamento fere direitos. O La Nacion chegou a dizer que os protestos expressam “uma sociedade sem medo”. Sem medo da morte?
É o falso liberalismo macrista mostrando a cara como parceiro do ultraconservadorismo e do fascismo.
A TV C5N passou a tarde de hoje entrevistando pessoas nas ruas, para que dissessem por que estavam ali.
As respostas eram vagas, mas quase todas passavam pelo argumento de que a quarentena é uma imposição esquerdista, que conspira contra a democracia.
Muitos diziam que não querem que a Argentina se transforme numa Venezuela. Quando o repórter perguntava o que isso significava, a reposta era precária.
Não form poucos os que apareceram na TV para dizer que não querem usar máscaras, porque sem máscaras se sentem livres.
A direita argentina tem muitas semelhanças com a brasileira e está cada vez mais próxima da extrema direita.