Crueldade do Globo: Mourão, Moro e Leite ficam de fora da lista de nomes fortes da direita
Esta é a manchete do Globo sobre os possíveis sucessores do contrabandista de joias:
“Michelle, Tarcísio, Zema, Braga Netto: com risco de Bolsonaro inelegível, especialistas debatem substituto na direita”
Os nomes de Hamilton Mourão, Sergio Moro e Eduardo Leite foram esquecidos. Mourão e Moro nem são citados no texto.
Leite é lembrado como possível ajudante de Zema e Tarcísio na oposição a Lula.
Podem argumentar que Leite e Moro não são bolsonaristas. Mas o próprio Globo cai em contradições.
Especula sobre candidatos da direita, como está na manchete, fala em sucessores de Bolsonaro (e aí dá a entender que tenta identificar bolsonaristas), mas inclui Romeu Zema numa galeria ao lado de Michelle, Tarcísio e Braga Netto.
A chamada na capa é esta, ao se referir às ações no TSE que podem condenar o sujeito:
“Ações contra Bolsonaro mexem no tabuleiro eleitoral da direita”
A referência é à direita, não ao bolsonarismo. Será que o jornal está tentando dizer que Leite e Moro, que já assumiram posições bolsonaristas (Moro trabalhou para o contrabandista), são figuras de ‘centro’?
Leite nunca admitiu ter se arrependido do apoio público e juramentado a Bolsonaro em 2018, ao contrário de João Doria, que voltou a dizer que cometeu um erro grave com o Bolsodoria na campanha daquele ano.
Com a manchete meio torta, o Globo sugere que se entregou e não busca mais candidatos de fora do catálogo da direita que corteja ou cortejou Bolsonaro.
O jornal está confuso, ao montar o quadro com nomes da direita, porque a própria Globo não sabe ao certo o que fazer da vida com o fim de Bolsonaro.
Outro detalhe que deve incomodar a família. Se Michelle pode ser uma alternativa ao marido, por que o filho Eduardo, que tem essa ambição, não é citado pelo Globo?
A morte política de Bolsonaro cria um cenário imprevisível e aciona a pergunta que será feita depois que o sujeito for tornado inelegível pelo TSE: o que será do bolsonarismo com um Bolsonaro sem mandato pelos próximos oito anos?
O que será do fascismo sem seu líder, se não existe ninguém com a sua capacidade de aglutinar os que disseminam ódio e violência? Ou existe?