A área que o Brasil tomou do Uruguai
O Rio Grande do Sul oferece ao Brasil uma pauta para ser estudada em sala de aula, enquanto todo mundo dá palpite sobre o conflito Venezuela-Guiana.
Essa é a pauta. Há também na fronteira entre Brasil e Uruguai uma área contestada pelos uruguaios há muitas décadas.
É o bico que aparece no mapa acima, com uma área picotada, que o Uruguai considera parte do seu território e deveria pertencer à Rivera. Veremos que eles estão certos.
São mais de 20 mil hectares, dentro do município de Livramento, na divisa com Rivera. Uma demarcação controversa, em meados do século 19, resultou nesse bico estranho e suspeito.
A seta com o número 1 no mapa mostra o traçado que seria o original, próximo de uma nascente do Rio Quaraí, que serviria de referência da divisa entre os dois países. Na demarcação, a linha foi empurrada para o traçado do número 2, e o Brasil ficou com a área.
Segundo os demarcadores brasileiros, ali onde está a seta 2 estaria outra nascente, a nascente verdadeira do Rio Quaraí. E assim ficou, mas os uruguaios nunca se conformaram.
Bem na seta 2 está Masoller, um vilarejo de Rivera famoso por combates históricos. E bem ao lado fica Vila Albornoz, outro vilarejo, este brasileiro, formado artificialmente pelos militares, nos anos 80, para conter qualquer avanço dos uruguaios.
O historiador gaúcho Tau Golin descobriu que o traçado original era o que começava no número 1, onde um marco indica a fronteira.
O que aconteceu é que, como provam documentos a que Golin teve acesso, o Brasil teria engambelado os uruguaios na hora da demarcação.
É provável, pelas suspeitas levantadas a partir da troca de informações dos dois lados, que os demarcadores brasileiros tenham subornado os uruguaios? É uma possibilidade.
A distância entre o marco 1 e o marco 2 do mapa é de cerca de 20 quilômetros. Nos mapas uruguaios, aquele bico desaparece e é absorvido, simbolicamente, como território deles.
Pode acontecer nesse caso o que acontece entre Venezuela e Guiana? Não pode. Porque os personagens se invertem.
A Venezuela é mais poderosa em relação à Guiana. E o Uruguai, o contestador, é muito mais fraco diante do Brasil.
Eu estive em Masoller e Vila Albornoz há mais de 10 anos com o fotojornalista Kadão Chaves, para uma reportagem para Zero Hora.
A vila brasileira estava sob os cuidados de um capataz de quem me lembro apenas o primeiro nome. Nicácio, funcionário da prefeitura de Livramento, era o solitário guardião daquele trecho da fronteira.
O que se pode prever com certeza é que os uruguaios continuarão contestado a demarcação, como fazem desde o início do século 20, e os brasileiros continuarão se fazendo de desentendidos.
(Conversei na terça-feira por telefone com Tau Golin e o historiador me contou que já juntou mais documentos, no Uruguai, que acrescentam evidências e indícios de que pelo menos um servidor uruguaio pode ter sido comprado pelos brasileiros.)
No tratado de 1851 não haviam mapas precisos nem os marcos da linha q existem hoje. FOI TRATADO EM UM TEXTO QUE DIZIA SIMPLESMENTE QUE A DIVISA ERA POR FONTEIRA SECA SEFUINDO O DIVISOR DE AGUAS DA COXILHA DE HAEDO (HOJE COXILHA NEGRA), ATE O PONTO QUE A MESMA ENCONTRA A NASCENTE PRINCIPAL DO RIO QUARAI.
posterior a isso é que veio a lambança… quando foram demarcar com os marcos que existem até hoje os brasileiros disseram que a nascente principal era o galho do arroio invernada que nasce na vila Thomaz albornoz e desagua no quarai, e assim foi feito… no grito (ou suborno). Depois foi que algum outro uruguaio se deu de conta que a nascente principal é o arroio moirões ( e realmente É, seja por volume de água ou extensão). Pra quem conhece sabe, o ARROIO moiroes é praticamente um rio e o invernada é uma sanga!!!
No tratado de 1851 não haviam mapas precisos nem os marcos da linha q existem hoje. FOI TRATADO EM UM TEXTO QUE DIZIA SIMPLESMENTE QUE A DIVISA ERA POR FONTEIRA SECA SEFUINDO O DIVISOR DE AGUAS DA COXILHA DE HAEDO (HOJE COXILHA NEGRA), ATE O PONTO QUE A MESMA ENCONTRA A NASCENTE PRINCIPAL DO RIO QUARAI.
posterior a isso é que veio a lambança… quando foram demarcar com os marcos que existem até hoje os brasileiros disseram que a nascente principal era o galho do arroio invernada que nasce na vila Thomaz albornoz e desagua no quarai, e assim foi feito… no grito (ou suborno). Depois foi que algum outro uruguaio se deu de conta que a nascente principal é o arroio moirões ( e realmente É, seja por volume de água ou extensão). Pra quem conhece sabe, o ARROIO moiroes é praticamente um rio e o invernada é uma sanga!!!
Tanto que em 1851 foram contruidos apenas os 13 marcos imperiais, instalados apenas em locais que poderia, futuramente, haver algum tipo de litígio quanto a interpretação do texto deste tratado. Em livramento só existe o marco 12P ( são marcos de pedra, bem maiores que os comuns ou até maiores que os 49 Marcos intermediários, que inclusive o marco 49I está localizado na vila Thomaz almornoz aonde termina hoje a fronteira seca e começa a fronteira por água).
Já o 13⁰ marco imperial está localizado justamente na ilha que também é contestada pelo Uruguai, mas que a meu ver, esta sim, realmente pertence ao Brasil pelo fato das águas do rio quarai buscarem sempre um curso mais avançado pra desaguar no Rio uruguai, deixando assim a ilha em território brasileiro.
Quanto ao marco 12P estar localizado em livramento-rivera bem aonde nasce pro lado uruguaio o arroio cuñapiru, mesmo sendo um território afastado desse que é contestado, tem a ver com essa história também, pois teve uma época que o Uruguai tentou pressionar o Brasil quanto a devolução do territorio do rincao de artigas, que o Brasil respondeu que não iria devolver mas que poderia fazer uma permuta, o Brasil entregaria o rincao de artigas em troca da área da cidade de rivera e a divisa seria o arroio cuñapiru, ( que por casualidade as duas áreas tem praticamente a mesma extensão). Aí o uruguai recuou e ficou só resmungando… até hoje!!!