A CARA JOVEM E BAGACEIRA DO BOLSONARISMO

Este é o começo do texto da jornalista feminista Rita Lemos na Folha sobre o desembarque, sem máscaras e sem volteios, do mais genuíno bolsonarismo de raiz no Big Brother:

“Homem tirando sarro (ou se aproveitando mesmo) de mulher bêbada, machos deitados na piscina pedindo para que mulheres “deem uma voltinha para eles”. Autoestima nas alturas, daquelas que fazem com que os caras pensem que todas as mulheres são loucas por eles. E, claro, julgamento dos atributos das mulheres como se elas fossem coisas. Para temperar, um gosto especial por “novinhas”.

A jornalista cita algumas frases ditas pelos machos que representam a face, em todas as classes, do sujeito bolsonarista:

“Se a gente quisesse, a gente já tinha pegado todas as
meninas que estão aqui.”

“Acertaram muito nas minas do seu grupo, que são muito gente boa, divertida, louca e retardada. Mas a qualidade poderia ter sido um pouco melhor.”

“Essa edição é a que tem menos gata. Porque nas outras edições sempre vinham umas bem bonitas.”

“Tem que tirar uma daquelas putas lá.”

“Não veio nenhuma gatinha, assim, uma novinha, de 25 anos.”

É mais do que machismo. É uma bagaceirada. E depois ainda tem gente tentando entender por que os jovens não fazem nada contra o bolsonarismo e a destruição do Enem, da educação pública e da cultura.

Os jovens mais ativos são bolsonaristas ou pelo menos de direita. E os de esquerda? Os de esquerda são minoria, e a maioria dessa minoria está encaramujada, entregue a um existencialismo pós-golpe.

Ah, dizem, mas tem o filho de um amigo meu que…
Tem. Sempre tem. Tem jovem parente, amigo, colega que resiste. Mas a cara da maioria ativa, que se impõe, é essa cara do jovem do Big Brother.

A Globo, que Bolsonaro quer destruir, faz propaganda para Bolsonaro.

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