O RETORNO DE UM DEFENSOR DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Comemoro a vitória pessoal de um profissional respeitado, que é também a vitória de todos os defensores do patrimônio histórico e cultural brasileiro.

O professor, arquiteto e urbanista Andrey Schlee assumiu a diretoria de Patrimônio Material e de Fiscalização do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Na verdade, com a vitória de Lula, Schlee retorna ao mesmo cargo que ocupava até o final de 2019, quando foi demitido por Bolsonaro junto com toda a direção do IPHAN.

O genocida acabou admitindo, um ano depois, que a direção do instituto foi demitida por ordem dele, por ter sido informado de que interesses do autoproclamado véio da Havan em Rio Grande tinham sido contrariados.

O genocida teve a cara de pau de dizer que, ao saber das queixas do véio, por causa de atrasos na construção da sua loja na cidade, todo o comando do IPHAN foi mandado embora.

O órgão, então presidido pela historiadora Kátia Bogéa, determinara em 2019 que as obras da filial de Rio Grande não começassem enquanto não fossem esclarecidos indícios de existência de um sítio arqueológico no terreno.

Fragmentos de objetos indígenas históricos foram de fato encontrados no terreno. Mas Bolsonaro demitiu Kátia e os diretores, e no fim a loja foi erguida, por acordo com o Ministério Público.

Andrey Schlee foi testemunha, no ano passado, num dos quatro processos que o véio da Havan move contra mim. O arquiteto depôs como uma das cinco testemunhas da minha defesa.

O sujeito se considerou ofendido porque eu escrevi sobre sua conduta, baseada sempre na imposição do seu poderio econômico, para fazer valer seus projetos comerciais, sem levar em conta questões históricas, culturais e urbanísticas das cidades.

O depoimento de Schlee na Justiça, em audiência desse processo em Porto Alegre, abordou a imposição da vontade do sujeito e os danos causados (inclusive com as demissões determinadas por Bolsonaro).

A fala de Schlee vale como uma aula sobre a defesa do patrimônio histórico, por seu conhecimento e sua bravura diante dos poderosos.

A ação do véio contra mim é uma queixa-crime por difamação. O sujeito, que enfrenta investigações de delitos graves no Supremo, relatadas pelo ministro Alexandre de Moraes, e foi incluído no relatório da CPI da Covid (com pedido de indiciamento ao MP por fake news e incitação ao crime), quer que a Justiça me carimbe como criminoso.

Outras três ações contra mim, do véio que agora torce por Lula, correm em São Paulo e Brusque (duas ações), sendo que em Brusque, segundo levantamento do UOL no ano passado, ele nunca perde nenhum processo.

Vamos em frente, professor Andrey Schlee.

One thought on “O RETORNO DE UM DEFENSOR DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO

  1. “no fim a loja foi erguida, por acordo com o Ministério Público.”
    E o princípio Da prevalência do interesse PÚBlico sobre o privado perde mais uma vez.

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