Arapongas

No ambiente do golpe, não há por que se surpreender com a história do oficial do Exército infiltrado nas manifestações de São Paulo. A direita sempre usou infiltrados, não só durante a ditadura, e deve estar fazendo o mesmo agora.

Dizem que o Exército não costuma fazer isso. Diziam o mesmo durante o regime militar. Mas, em tempos de democracia, é constrangedor pensar que setores das Forças Armadas podem estar sendo usados para atender demandas da paranoia civil golpista. Que deixem a polícia militar fazer esse trabalho.

O espião seria Willian Pina Botelho, capitão do Exército, que se apresentava nas redes sociais como Balta Nunes. O brancaleone frequentou manifestações contra o golpe, de barba, até ser preso com outros jovens na segunda-feira.

Mas ninguém sabe o que aconteceu com ele, porque os outros detidos asseguram que em determinado momento o espião teria sido liberado.

Reportagem do jornal El Pais diz que ele é entendido em operações de inteligência contra terroristas. Em passeatas contra o golpe?

E daí? Daí que não vai acontecer nada. E que outros sujeitos podem estar ao seu lado, numa passeata, como arapongas tentando sentir o cheiro do terrorismo.

Golpistas têm afeição por arapongas. Quanto mais trapalhão, melhor o araponga.

 

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