Caixa dois

Aqui entre nós, falando em off, essa declaração do secretário Giovani Feltes, em palestra em Carlos Barbosa, de que o caixa dois é prática incorporada às campanhas eleitorais, só tem uma novidade. É a admissão pública do crime. Porque o resto todo mundo sabe. O dinheiro sempre circulou por todo tipo de cueca, e não só pelas usadas por gente do PT.

Mas falta alguém admitir algo mais. Com as últimas delações, muitas das quais dirigidas ao PMDB, o partido do secretário, corre solto que o caixa dois nem sempre é dinheiro para o partido, mas para o bolso do arrecadador, que não faz a partilha completa do que recebe de contribuintes variados, em especial dos admiradores do pato da Fiesp.

Como o recebedor de caixa dois nega que cumpra essa tarefa, tudo fica como suspeita. Os arrecadadores da dinheirama por fora, inclusive os do PMDB agora delatados por gente da Odebrecht, distribuíram tudo com a parceria?

Sabe-se que essa suspeita existe em todos os partidos. Mas ainda falta alguém que, como fez o secretário Feltes, um dia quem sabe admita que o arrecadador de caixa dois é também um potencial desviador de dinheiro de campanha (o tal Paulo Preto, arrecadador informal de José Serra, é acusado de ficar com o dinheiro do patrão pelos próprios tucanos).

Uma hora alguém deve seguir o exemplo do secretário Feltes e falar também disso, dos que logram os cúmplices e ficam ricos com verbas não registradas. Quem é do meio conhece bem essas figuras. Dizem que alguns do PMDB, os mais profissionais, chegam a usar duas cuecas. Mas é claro que estamos aqui falando em off.

 

 

 

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