Justiça e religiões

O juiz carioca Marcelo Bretas, que mandou Sergio Cabral para a cadeia e está nos jornais quase todos os dias, também orienta suas decisões por inspiração do Deus e a Bíblia determinam. Não é novidade em tempos de Lava-Jato.
Cada um orienta sua vida e suas decisões como quiser. Minhas velhas do Rosário e do Alegrete, minha avó, minha mãe e minhas tias também seguiam o que suas convicções religiosas determinavam.
Mas nenhuma delas atuava na Justiça e decidia os destinos dos outros. Por isso eu posso achar estranho que, num Estado laico, os dogmas de religiões sejam mais do que a inspiração, mas o lastro de argumentação para deliberações graves do Judiciário e de qualquer instituição do setor público.
Se as instituições forem orientadas por crenças misturadas a leis e normas, como se fossem a extensão de igrejas e seitas, teremos de convocar as almas (sim, as almas) dos sábios de Florença. Era só o que faltava (e talvez falte pouco) o Brasil viver agora a sua Idade Média.

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