Mauro Cid afunda na mesma trincheira: é homem das Forças Armadas, e não de Bolsonaro

O coronel Mauro Cid reapareceu de novo fardado e com a mesma tática, desta vez na CPI dos atos antidemocráticos da Câmara Distrital em Brasília.

O roteiro é o mesmo, com o mesmo texto lido no Congresso na sessão de 11 de julho da CPI do Golpe, com mudanças em detalhes. Sua função ao lado de Bolsonaro era o cumprimento de uma missão militar.

Cid destaca mais uma vez que havia se transformado em ajudante de ordens por escolha exclusiva dos generais, e não de Bolsonaro.

Leu o texto e disse que a partir dali ficaria calado. Esse é o trecho em que ele diz que era homem dos generais. Vale a pena repetir, mesmo que reproduza o que já havia dito em julho:

“Neste ponto, é importante destacar que essa função é exclusivamente de natureza militar, conforme regulamentação do decreto 10.374, de 2020. Ademais, a minha nomeação jamais teve ingerência política. Para conhecimento de vossas excelências, o ajudante de ordens é a única função de assessoria próxima ao presidente que não é objeto da sua própria escolha, sendo de responsabilidade das Forças Armadas selecionarem e designarem os militares que a desempenharão”.

É importante que o trecho seja republicado, porque Mauro Cid se esforça para repetir os recados, o que demonstra que os novos advogados de defesa manterão a estratégia de vinculá-lo mais ao Exército do que a Bolsonaro.

Cid está gritando de novo que era um militar em função militar, dentro do governo, e por escolha e designação dos seus superiores.

E que apenas prestava assessoria direta ao presidente da República. Com o detalhe de que nunca testemunhava reuniões de Bolsonaro com quem o visitava no palácio.

A síntese continua a mesma, se é que precisa ser repetida: fui empurrado para o trabalho de mandalete pelos militares, mas fui sempre apenas um mandalete que cumpria ordens.

Mauro Cid pede socorro aos chefes fardados que o levaram para o desastre e a humilhação de trabalhar como serviçal de Michelle.

3 thoughts on “Mauro Cid afunda na mesma trincheira: é homem das Forças Armadas, e não de Bolsonaro

  1. Nada como escutar que a nova tática de defesa era camicase para voltar a tática anterior. a vida em primeiro lugar.
    Resta saber se o hacker também entendeu o recado, de que estava pondo sua vida em risco ao fazer denuncias contra certos indivíduos. talvez ele também mude suas declarações para poder aproveitar em vida os 20 anos de cadeia que foi submetido por um juiz amigo dos que o hacker denuncia.
    Só quem vive pode conta estórias. O miliciano adriano de Nóbrega, por exemplo, não pode contar as estórias que sabia…

  2. Que fique bem claro que o TC Cid está distorcendo os fatos quando afirma que foi escolhido/designado para a função de Ajudante de Ordens da Presidência da República, independentemente da sua vontade. Qualquer militar das Forças Armadas, particularmente oficiais formados na AMAN, sabe que existem funções que possibilitam vantagens profissionais e pecuniárias, ou seja, aumento de remuneração e possibilidades de promoções na carreira. E que  a indicação para essas funções depende  muito do seu “capital social”,  network.  Basicamente basta responder as perguntas certas. Quem você é?quem você conhece? você é parente de quem? Tudo isso pesa na sua escolha para essa função. Cid não caiu de paraquedas nessa função de Ajudante de Ordens da Presidência da República. É filho de um general de 4 estrelas. É primeiro colocado na escola de formação de oficiais. O erro dele foi acreditar nas histórias das mil e uma noites do capitão presidente que acreditou encarnar a Cheherazade.

  3. Seria engraçado, se não fosse trágico. Enquanto as investigações da Polícia Federal e da CPMI sobre a intentona golpista do 8 de janeiro revelam que sobra batom nas cuecas,nas fardas, nos quepes, botinas e gandolas dos militares, há todo um esforço para que eles escapem impunes (os generais, em especial). Pelo que se vê, planeja-se sacrificar alguns oficiais como “bodes expiatórios”. Tanto a relatora quanto o presidente da CPMI deram declarações recentes que isentam de responsabilidades as Forças Armadas e seus generais, denotando que há um movimento para que os crimes sejam tratados como atos individuais, totalmente desvinculados das corporações militares e das suas cadeias de comando. Pizza com massa verde-oliva.
    Já o Ministro da Defesa, que deveria personificar o controle civil sobre a caserna, se comporta como um porta-voz dos comandantes militares – em tese seus subordinados – e tenta emplacar versões nada factíveis sobre os acontecimentos. Como um Nero que toca lira enquanto Roma arde em chamas, o ministro grava um álbum de canções românticas e divulga o seu lançamento nas redes de streaming em plena crise de credibilidade da caserna.
    A cada nova revelação…( continua em https://bananasnews.noblogs.org/ )

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