O FANFARRÃO

Estão espalhando que a Justiça dos Estados Unidos anda atrás de Olavo de Carvalho. Ele teria mentido que é professor de uma universidade que não existe e pode estar em situação irregular no país.

Antes que Bolsonaro peça a extradição do filósofo, com tudo pago pela família que talvez chegue ao poder, conto uma história antiga.

Olavo morava em São Paulo, escrevia para jornais brasileiros nos anos 90, incluindo Zero Hora, e era visto por alguns como o novo Paulo Francis (pobre Francis).

Mas logo Diogo Mainardi tomou seu lugar como o preferido dos reaças nacionais, e o filósofo perdeu espaço. Os jornais o abandonaram. Algum tempo depois Veja abandonou Mainardi em Veneza, onde atua como assessor de Bolsonaro.

Olavo migrou para os Estados Unidos. Passaram a circular na internet (antes do Facebook) mensagens de amigos, inclusive gaúchos, pedindo que os admiradores o ajudassem. Eu vi muitas dessas mensagens com pedido de socorro.

Olavo de Carvalho precisava de grana, porque estava passando necessidade. Nos apelos, constava tudo, seu CPF e sua conta em um banco no Brasil.

O pedido de ajuda seria normal, se não tivesse um tom de deboche. Olavo dizia estar submetendo a família a muitos sacrifícios porque gastava demais com curso, livros e viagens…
O chapéu virtual correu de blog em blog e nunca mais ouvi falar nada a respeito da vida de Olavo de Carvalho em Richmond, na Virgínia.

O que talvez tenha acontecido, depois de tanto tempo, é que Olavo pode estar vendendo livros como nunca. É provável até que, com a ascensão do bolsonarismo, tenha ficado rico.

Vai ser engraçado ver o formulador do pensamento bolsonariano e guru da classe média ressentida brasileira ser expulso dos Estados Unidos que tanto adora e durante o governo Trump.

Talvez vá para Portugal, um país governado pela esquerda e descoberto como um paraíso pela direita.

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