A confraria do fascismo em Buenos Aires

A posse de Javier Milei, no domingo, terá a maior aglomeração de todos os tempos da extrema direita com grife da América Latina. Lula está certo ao decidir que não vai e que o representante do Brasil será o chanceler Mauro Vieira.

Não será uma festa de fascistas comuns, é a confraria de grandes fascistas que se agarram à esperança de que Milei irá inspirar outros países a seguir o mesmo caminho.

E por que Bolsonaro vai à posse e leva sua turma? Porque precisa dizer ao Supremo e ao sistema de Justiça que continua andando por aí, impune, e ainda resiste. E para manter a base acordada.

Milei não ganha nada com a presença de Bolsonaro, que não tem, como as pesquisas feitas lá já mostraram, influência alguma no eleitorado da direita argentina.

Bolsonaro é que tenta se aproximar de Milei e dos que irão aparecer na festa, por estar em busca de trincheiras para fingir mais um pouco que é um político forte.

O fascista argentino tem o apoio de ex-presidentes da região, começando por Mauricio Macri, que participa ativamente da montagem do governo.

Luis Caputo, futuro ministro da Economia, foi presidente do Banco Central no governo Macri. Patricia Bullrich, candidata de Macri à presidência, será a ministra da Segurança, o mesmo cargo que ocupou no governo de Macri. E Luis Petri, futuro ministro da Defesa, foi o vice na chapa de Patricia.

Além de Macri, poderão estar na festa em Buenos Asires os ex-presidentes Felipe Calderón e Vicente Fox, do México; Iván Duque e Andres Pastrana, da Colômbia; Jorge Quiroga, da Bolívia; e Sebastián Piñera, do Chile.

Todos assinaram, com Mario Vargas Llosa, pouco antes do segundo turno, um manifesto de apoio a Milei. Esse manifesto foi revelador de que Milei não tem nada a ganhar com a presença de Bolsonaro, mesmo que os dois tenham conversando pela internet depois da eleição.

A prova da desimportância de Bolsonaro é que o sujeito não foi convidado a assinar a declaração de apoio de ex-presidentes latino-americanos a Milei.

O grupo não quis Bolsonaro por perto e é provável que o brasileiro não tenha em Buenos Aires a recepção que espera ter.

A caravana brasileira pode ter os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo; Romeu Zema, de Minas; Jorginho Mello, de Santa Catarina; Ronaldo Caiado, de Goiás; e Ratinho Júnior, do Paraná.

Bolsonaro também vai levar Michelle, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o advogado e ex-ministro Fábio Wajngarten e os filhos Eduardo e Flavio. Outros deputados bolsonaristas podem integrar a excursão.

Espera-se que alguém evite que todos embarquem no mesmo avião. Ninguém imagina uma situação em que Carluxo, que não viaja, venha ser o único herdeiro raiz e de peso do bolsonarismo.

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ESCONDERAM
JR Guzzo, o colunista preferido dos fascistas, publica seus textos em Zero Hora, mas o jornal decidiu esconder o colaborador.

Há pelo menos um mês os artigos do sujeito não têm chamada de capa na versão online do jornal, que nunca teve, nem na ditadura, um colunista tão reacionário quanto o jornalista do Estadão.

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TETRAVÔ
Está na capa do Estadão há quatro dias o alerta de que a família de Flávio Dino está no poder no Brasil desde o Império e que o tetravô do ministro ajudou Pedro II a combater uma rebelião.

Está lá em destaque a notícia, que já foi manchete do jornal, alertando que uma família poderosa domina o Brasil desde o Império, mas ninguém faz nada.

Depois não sabem por que este é o país da impunidade. O jornalismo remexe arquivos escondidos e descobre que uma família detém o poder no Brasil desde Pedro II, mas a descoberta é tratada com desdém.

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A VOLTA DO NEGACIONISTA
Eric Clapton retorna ao Brasil para três shows no ano que vem, em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Quem vai encarar?

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TEM CADA UMA
Essa é de Eliane Cantanhêde, também no Estadão:
“Tarcísio nega candidatura, mas lapida a imagem e já mira um partido: o PSD”. Imaginem se a imagem não estivesse sendo lapidada.

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