O NOVO LEITE COM MAIS VITAMINAS
Temos outro Leite no café da manhã, muito diferente do servido ao eleitorado da direita até 12 de fevereiro. Naquele dia, em entrevista à Folha, o governador gaúcho deu a receita para enfrentar Bolsonaro: agir com sensatez e moderação e não com críticas e oposição sistemática.
Eduardo Leite tentava fazer média com a extrema direita, como fez na campanha que o elegeu, para não incomodar Bolsonaro, enquanto a maioria dos governadores já incomodava.
O que fez Leite para tentar calibrar o discurso de pré-candidato à presidência da República? Partiu ontem para o ataque a Bolsonaro, que dois terços do Brasil chamam de genocida há meses.
As declarações de ontem, sobre a sabotagem à vacinação, são atrasadas, mas fortes:
“Se é para obedecer um mandamento divino, lembre-se que está entre esses mandamentos não matar e um líder, na posição como a do presidente da República, que despreza os cuidados sanitários e provoca confusão na sua gente, na sua população, simplesmente buscando talvez um proveito político ou se desfazer de algum prejuízo político que possa causar as medidas que têm que ser tomadas, infelizmente está matando, está matando”.
O tucano tenta se acomodar em algum lugar que o retire da situação constrangedora de ser um apertador de mão de Bolsonaro, enquanto João Doria e Luciano Huck se colocam como os antibolsonaristas da direita.
Leite estava se posicionando à direita da direita, desde o anúncio de que deseja ser o nome do PSDB em 2022, apesar de vender a imagem de candidato de centro.
O ataque a Bolsonaro surpreende quem acompanha suas frases sempre cautelosas sobre o sujeito. O governador gaúcho pode estar testando uma nova fantasia, como conservador que sabe usar os disfarces da direita fofa.
Parece que já não temos mais um Leite desnatado, mas ainda não sabemos direito o que temos. Algo com mais sais, lipídeos, vitaminas e gordura? Seria bom consumir com moderação.
CHARGE
Barbaridade tchê! Que guasca valente depois de 250 mil mortes! Vai convocar a nova revolução dos farrapos quando chegarmos aos 500 mi e declarar a Nova República de Pelotas, digo, do Piratini.