OS JUÍZES, A AJURIS, AS LIBERDADES E A HORA DE ALEXANDRE DE MORAES DESCANSAR

Tem gente pedindo mais ação e mais trabalho de Alexandre de Moraes, para que o ministro pegue logo os manezões, e não só os manezinhos terroristas.

O jornalista Leandro Fortes, do DCM, com quem conversei nesta terça, faz um apelo no sentido inverso: deixem o ministro descansar, porque parece que só ele trabalha.

Moraes está envolvido com tentativas de reparação de danos provocados por fascistas desde que assumiu, em março de 2019, o inquérito das fake news no Supremo, depois transformado no superinquérito dos atos antidemocráticos, das milícias digitais e do gabinete do ódio, o que é tudo a mesma coisa.

Moraes vem cercando extremistas desde muito antes de assumir o TSE e levar adiante a mais dramática eleição do país.

E continua tentando pegar terroristas que debocham das instituições com afrontas inimagináveis para gângsteres e traficantes.

Pois eu concordo com Fortes. O sistema de Justiça deve fazer mais pela democracia do que já vem fazendo.

Por isso deve ser copiada, como inspiração para todo o Brasil, a iniciativa da Associação dos Juízes do Estado do Rio Grande do Sul (Ajuris), com o Tribunal de Justiça do Estado, que reuniu os três poderes em defesa das instituições.

O evento aconteceu na segunda-feira, no Palácio da Justiça, em Porto Alegre. O presidente da Ajuris, desembargador Cláudio Martinewski (foto), disse que os juízes repudiam e a sociedade toda deve repudiar “qualquer ato que transgrida direitos, que profane a democracia”.

Vão passar pelos juízes de primeira instância muitos dos casos agora transformados em questão policial e judicial pelos acontecimentos de Brasília. Já estão passando por eles questões que envolvem diretamente a defesa da democracia.

Alguns dos processos que têm Bolsonaro como réu serão agora cuidados por juízes de primeira instância.

Claro que o gesto dos juízes em defesa das instituições vai se expressar por atitudes concretas, para que não seja retórico.

E atitudes substantivas significam também, e essencialmente, a defesa das liberdades em tempos ainda traumatizados por perseguição e ameaças do poder político e do poder econômico que desfrutaram, durante quatro anos, das benesses de quem governou.

Juízes republicanos compreendem, nesse contexto de terror, a situação de jornalistas perseguidos por aliados de quem estava no poder.

É uma questão para muito além dos limites de aspectos profissionais ou relacionados apenas com a liberdade de imprensa.

Sou otimista com a posição da Ajuris, que não tem muitos exemplos semelhantes no Brasil, porque conheço a índole (gosto dessa palavra) dos magistrados gaúchos.

Que a iniciativa da Ajuris seja, no concreto, no substantivo, a defesa das liberdades em seu mais amplo sentido, e que todos ofereçam sua contribuição ao que o bravo Alexandre de Moraes vem fazendo.

Vale para o Ministério Público e para os operadores do Direito. A defesa da normalidade é a defesa, pelas instituições, dos que lutam em nome da democracia, em quaisquer atividades.

Sempre lembrando, mesmo que não seja preciso, que os protagonistas e cúmplices da extrema direita, que esteve no poder, tiveram como prática rotineira, em quatro anos, o ataque sistemático à própria Justiça.

A mesma Justiça que muitos deles, cinicamente, tentaram usar como extensão de seus interesses.

(A foto é de Guilherme Almeida, do Correio do Povo)

2 thoughts on “OS JUÍZES, A AJURIS, AS LIBERDADES E A HORA DE ALEXANDRE DE MORAES DESCANSAR

  1. O xandao está sozinho, e sabe
    Disso. . Confiar em quem no stf.
    Nos dois do mitonomo terrorista, no toffolli, talvez
    Na rosa weber.
    Assim tem que ser tudo ele.

  2. Há magistrados que se balizam no Direito, sem dúvida, e esses não deixarão o Moraes sozinho.
    Mas é exatamente do RS que nos vêm alguns dos piores exemplos já dados pelo Judiciário, quais sejam, de ALGUNS (não todos) desembargadores do TRF4. E eles continuam ativos e operantes.
    AINDA assim, aplausos à iniciativa da AJURIS!

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