QUANDO A VÍTIMA LEVA UMA SURRA DIANTE DO JUIZ

Trecho de artigo do jurista Lenio Luiz Streck, no site Conjur, sobre a já famosa cena da audiência online do caso de Mariana Ferrer, em que o advogado de defesa ataca a moça, enquanto os outros três homens ficam calados:

“Por que digo isso? Porque vi o vídeo. Dá inveja aos filmes trash americanos sobre júri. Advogado do réu humilhou a vítima. Foi estupro moral. E, por terem visto tudo aquilo e nada terem feito, juiz e promotor se tornaram suspeitos. Porque, ao nada fazerem para impedir o massacre da vítima, concordaram por omissão — provavelmente porque já tinham formado seu “livre convencimento” de que o réu deveria ser absolvido. Juiz não é responsável pela audiência, afinal? Assim, a sentença jamais poderia ter sido exarada por esse juiz. Nem as alegações poderiam ser feitas pelo promotor. Simples assim”.

O artigo é uma aula. Mesmo que se dirija a operadores do Direito, é um prazer ler o texto de Streck, pela capacidade de envolver também os leigos numa argumentação técnica e sofisticada em que defende a anulação do julgamento.

Compartilho, no link abaixo, o texto em que Streck observa que, naquela audiência, a vítima levou uma surra diante de um juiz calado.

https://www.conjur.com.br/2020-nov-05/senso-incomum-meu-sentir-sic-processo-estupro-sc-nulo-irrito

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