Uma mente brilhante

Ruben Ilgenfritz da Silva perturbava interlocutores que não conseguiam acompanhar sua rapidez de raciocínio. Principalmente os homens reacionários da região da soja.

Era o que chamavam de mente brilhante e incômoda. Presidiu a Cotrijuí no boom do cooperativismo.

Foi capa da Exame, como Homem do Ano, na década de 70. Tinha 35 anos na época.

Defendia ideias que afrontavam o senso comum e tinha posições políticas de um social-democrata (por onde andam?), mas convivia num meio tomado de medíocres.

Nos anos 80, quando foi para Brasília como secretário-executivo de Pedro Simon no Ministério da Agricultura, a direita tomou conta da cooperativa. Voltou e tentou retomar o comando, mas era tarde demais.

Ruben morreu ontem em Ijuí aos 85 anos. Tinha um talento raro para lidar com conflitos, numa área em que um sujeito com 10 hectares, cinco porcos e um Corcel II se sente ameaçado pelo comunismo.

O agrônomo Ruben Ilgenfritz da Silva foi um cara de exceção. Tive a honra de trabalhar com ele num tempo politicamente complicado.
Que tenha seu nome em qualquer lugar por onde circulam ideias.

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