Acusado de escravagismo, mas com Deus acima de tudo
Ouvi agora no Rádio Gaúcha que o dono da empresa acusada de exploração de trabalho escravo em Bento Gonçalves, Pedro Augusto de Oliveira Santana, concedeu entrevista ao repórter Humberto Trezzi. Será publicada daqui a pouco em Zero Hora.
O sujeito nega a escravidão dos baianos, diz que a denúncia foi forjada para que os trabalhadores obtenham vantagens, que é evangélico, que reza muito todos os dias, que frequenta cultos e que faz tudo em nome de Deus.
Até o cara acusado de escravagismo dá entrevista, mas alguém já ouviu algum dono ou diretor das três vinícolas sendo entrevistado?
Por que os donos e/ou diretores da Salton, da Aurora e da Garibaldi não dão entrevistas?
Por orientação dos advogados? Por recomendação de marqueteiros de quinta categoria?
Qualquer aprendiz de gestão de crise sabe que, nessas circunstâncias, alguém deve falar, para passar um mínimo de compromisso com a verdade e um pouco de respeito pelos consumidores dos seus produtos.
Mas eles continuam calados, largando notinhas. O gato acusado de escravagismo fala. Os contratantes do trabalho escravo ficam quietos.
Ele será o boi de piranha dos
Verdadeiros escravagistas.
Covarde como todo bolsonarista
Também dirá que nao os escravizou. Tudo onda dos
Baianos.
Quando o boicote aos produtos manchados de sangue e cheirando ao pelourinho começar, pode ter certeza que eles vão dar entrevistas. Esses só entendem a linguagem do dinheiro.