Tortura

Ninguém mais aguenta a voz de Sergio Moro. Nem a voz de Deltan Dallagnol. E muito menos a voz do jaburu-da-mala. Esta semana conversei com amigos que têm esse sentimento. O Brasil foi sequestrado pelos sons dos três.

O que enjoa não é necessariamente a voz falada, mas também a voz que salta dos textos. Abre-se a internet e lá vem uma declaração de um deles. Leio frases de Sergio Moro e ouço sua fala.

Leio uma declaração de Dallagnol e também é como se ele estivesse falando ao meu lado. E não dá para não ler. Se não leio, temo perder uma informação, ou a notícia de que pegaram um tucano. Mas eles são repetitivos, pueris nas argumentações, são moralistas de um moralismo punitivo e religioso.

Moro e Dallagnol são mantras de disco arranhado. Eles nos cercaram. Liga-se o rádio e ouve-se a voz de um deles, em entrevista ou palestra. Na TV é a mesma coisa.

O Brasil merece ouvir outras vozes. Moro, Dallagnol e o jaburu-da-mala estão atordoando o país. Às vezes não durmo direito por achar que a qualquer momento posso ser acordado pela voz de um deles. Já sonhei que tentava dormir em Guantánamo com um rádio ligado num discurso do Sergio Moro. E eu não conseguia desligar o rádio. Durou três dias.

Moro, Dallagnol e o jaburu poderiam dar o prefixo e sair do ar. Ninguém merece. Nem os inimigos. A presença compulsória dos três nas nossas vidas é um plano diabólico de alguém que ainda nos dá o Ronaldo Nazário de brinde.

É como se o Brasil todo tivesse se transformado em uma masmorra de Curitiba. Somos presos preventivos das vozes da Lava-Jato e do jaburu. Que a Anistia Internacional nos resgate.

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