A BORDOADA QUE FALTAVA NO QUE SOBROU DE GOLPISMO

O discurso do general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, em defesa da democracia, em evento no Comando Militar do Sudeste na quarta-feira.

Tomás, que é seu nome de guerra, fez três dias antes de ser escolhido por Lula para o cargo o discurso que faltava como bordoada no que ainda sobrou de golpismo:

“Eu só consigo sentir orgulho. Eu só consigo sentir confiança. E eu fico sempre pedindo a Deus que me dê força para estar à altura da tropa que eu comando, pra estar à altura da tropa que eu comando, porque essa tropa que eu comando foi uma das tropas, ao longo da história, que mais perdeu vidas humanas em defesa do nosso amado Brasil.
Então, ser militar é isso, é ser profissional, é respeitar hierarquia e disciplina, é ser coeso, é ser íntegro, é ter espírito de corpo, é defender a pátria, é ter uma instituição de estado apolítica, apartidária. Não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar. É não ter corrente.
Isso não significa que o cara não seja um cidadão, que o cara não possa exercer seu direito de ter opinião. Ele pode ter, mas ele não pode manifestar. Ele pode ouvir muita coisa, muita gente dizendo “faça isso, faça aquilo”, mas ele faz o que é correto, mesmo que o correto seja impopular. Porque se as pessoas tivessem certeza de que iriam pra aquela missão que tinha risco de vida, como o pessoal falava em risco de vida, como tem vários companheiros aqui que passaram por outras missões com risco de vida… Não é qualquer um que vai pra isso, não. Não é qualquer um que topa essa coisa, não. Então, essa é a mensagem que eu quero trazer pra vocês.
No que pese turbilhão, terremoto, tsunami, nós vamos continuar íntegros, respeitosos, coesos e garantindo a nossa democracia. Porque democracia pressupõe liberdade, garantias individuais, políticas públicas e também é o regime do povo, alternância de poder. Alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa, tem que respeitar, é isso que se faz.
É essa convicção que a gente tem que ter, mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta. Nem sempre é o que a gente queria, não interessa. Esse é o papel de quem é instituição de estado, instituição que respeita os valores da pátria”.

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