A FÁBRICA DE FAKE NEWS FOI AVARIADA PELA VERDADE

Não há um medidor de estragos causados pela troca de informações e mentiras (que partem só de um lado), na guerra do Whats e das redes sociais no segundo turno.

Mas está claro, em apensa dois dias, que as fake news do bolsonarismo, entre as quais uma que tenta ligar Lula ao satanismo, levaram invertidas poderosas.

A primeira, com a notícia de que Bolsonaro é frequentador de sessões da maçonaria, o que cria problemas com os evangélicos.

A segunda invertida, mais devastadora, foi dada pela republicação de uma entrevista de 2000 à IstoÉ, em que o sujeito admite que o aborto é uma escolha pessoal da mulher.

Que problema há se alguém, por livre vontade, frequenta a maçonaria? Nenhum. É um direito. Mas não para um cínico como Bolsonaro.

Os evangélicos têm aversão à maçonaria, assim como parte dos católicos. Para os neopentecostais, maçonaria e satanismo são quase a mesma coisa.

É ignorância, mas assim funciona o fundamentalismo religioso. Assim como, na questão do aborto, Bolsonaro disse na entrevista o que qualquer brasileiro poderia dizer.

Mas falar de aborto não é normal para Bolsonaro, um falso moralista em relação ao que chamam genericamente de questões de costumes. E que são na verdade as grandes questões da humanidade.

Ele trata na entrevista do caso específico do filho Jair Renan, que só não teria sido abortado, segundo ele mesmo, porque a mãe da criança decidiu levar a gravidez adiante.

Há inúmeras reportagens, com relatos comoventes, sobre mulheres que se submeteram a aborto. É um drama pessoal a ser respeitado.

Mas Bolsonaro e seu entorno fascista, incluindo extremistas religiosos, tratam o aborto como crime. A entrevista de 2000 desmascara o farsante.

Há outra invertida, na mesma área, sofrida pelo genocida. Em um vídeo de 2010, que foi ressuscitado, Edir Macedo, líder da Igreja Universal, diz que o direito ao aborto é “uma questão de inteligência”.

E tem mais uma informação que ressurge dos arquivos sujos do fascismo. Em 2016, quando era deputado federal, Bolsonaro disse ao The New York Times que só não comeu carne de índio, na Amazônia, porque seus parceiros numa excursão não quiserem acompanhá-lo.

O interessante é que, depois das invertidas, não houve, na quarta-feira, nada de especial na fábrica de mentiras da extrema direita. Que deve estar preparando algo mais para essa semana.

As respostas rápidas das esquerdas, com a ajuda de arquivos de vídeos e textos antigos, mexem com uma dúvida.

Até 30 de outubro, serão mais 23 dias. O bolsonarismo terá mais de três semanas para fabricar inverdades. E os democratas, e não só os petistas, terão como oferecer respostas à altura das agressões das fake news?

Existem outros arquivos comprometedores da história de Bolsonaro e de seus gurus fundamentalistas? Como revidar mentira com verdade, se o estoque de verdade não é infinito?

Outro complicador. Os tios e as tias do zap e os políticos bolsonaristas, com a imunidade e a impunidade do mandato, disparam mensagens em massa com mentiras contra Lula pela manhã.

As mentiras circulam durante todo o dia, com a omissão das corporações donas das redes sociais, e ao final do dia o TSE anuncia que mandou tirar as fake news do ar.

Como vem acontecendo desde segunda-feira. Mas o crime já foi cometido, as bobagens circularam durante o dia inteiro e não vai acontece nada na Justiça. Nada.

No outro dia, começa tudo de novo, com a conivência de Facebook, Instagram, Twitter e assemelhados. Será assim amanhã e até o dia 30.

One thought on “A FÁBRICA DE FAKE NEWS FOI AVARIADA PELA VERDADE

  1. Será q todo mundo acreditou qdo morais disse, durante o julgamento da chapa bozo- mourão, que o TSE puniria quem divulgasse mentiras? É a ju$ti$$a da direita continuando a passar pano.

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