A PESQUISA QUE TALVEZ NÃO DIGA NADA DE IMPORTANTE
Sai nesta quinta-feira a nova pesquisa Datafolha, mas não será desta vez que saberemos qual é o impacto da desistência de João Doria no eleitorado. A pesquisa foi registrada incluindo o nome do tucano, e não há como retirar agora.
O Datafolha pode vir com uma conclusão aparentemente previsível para analistas e políticos de todos os lados. Com o esgotamento das chances de Sergio Moro e Ciro Gomes e com a fragilização de Doria, Bolsonaro deve crescer, mesmo que muito pouco.
Não será surpresa se a manchete da Folha informar que diminuiu a diferença entre Lula e Bolsonaro.
Na pesquisa de 24 de março, Lula aparecia com 43% e Bolsonaro com 26%. Lula enfrenta, muito tempo antes da eleição, a síndrome do teto precoce.
Como bateu no que pode ser o teto, ou quase o teto, Lula corre o risco de ver seu índice cair um pouco, enquanto Bolsonaro cresce, pelos mais variados motivos, principalmente em decorrência da precariedade dos outros adversários.
Os votos da direita e da extrema direita (e da direita que se disfarça de centro) vão sendo fidelizados por Bolsonaro, porque não existiria mesmo outra alternativa.
Naquela pesquisa de março, no segundo turno Lula aparecia 55% e Bolsonaro com 34%. Na pesquisa de dezembro, Lula tinha 59% e Bolsonaro ficava com 30%.
Outro dado importante para a direita será o da preferência por Simone Tebet (MDB), que depende da sua performance nessa pesquisa para seguir em frente como possível candidata da terceira via. Em março, ela obteve apenas 1%.
Teremos que esperar a próxima pesquisa DataFolha, talvez só em julho (se o instituto não decidir reduzir os intervalos), para saber se vai se confirmar uma simulação do Quaest, segundo a qual os eleitores de Doria migrariam em maioria para Lula.
O petista ficaria com 36% dos eleitores do tucano e Bolsonaro teria 19%. Mas sempre lembrando que Doria trem apenas 1%. Hoje, saberemos qual é o retrato do momento, mesmo que seja um retrato que hoje não valha quase nada.
