A saudação a Caiado no Mercado Público

É provável que nenhum jornal noticie. Mas fica registrado aqui. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que anda em peregrinação pelo Brasil como candidato ao espólio de Bolsonaro, almoçou nessa sexta-feira no Mercado Público de Porto Alegre.

Ao sair, foi reconhecido por algumas pessoas e ouviu vaias e gritos de fora Bolsonaro, tira a boiada daqui, vai embora Caiado. É do jogo, porque a extrema direita não tem habeas contra reações públicas.

O forte das vaias partiu dessa mesa das fotos, de um grupo de jornalistas e outros profissionais que se reúnem em confraria todas as sextas-feiras no mercado.

Enquanto Caiado descia a escada rolante, alguns que estavam com ele apontavam para a mesa de onde saíam as vaias e faziam gestos obscenos com os dedos.

É do jogo. Vaias podem ser respondidas com a mímica dos bagaceiros. Mas o estranho é que, logo depois, um grupo de seis sujeitos fortões sentou-se ao lado da nossa mesa.

Por acaso, arrastaram mesas e formaram um mesão bem ao lado, num espaço, no segundo piso do mercado, já com muitas mesas vazias naquele momento.
Sentaram-se, não perguntaram nada (pelo que apuramos depois com um garçom), não olharam o cardápio, mas espiaram para a nossa mesa e em menos de cinco minutos foram embora.

Vieram conferir quem eram os vaiadores e, quem sabe, tirar fotos? Para que ganhem tempo, publico aqui duas fotos. Quando a turma estava completa, éramos 11 na mesa.

Um time ou, se eu fosse muito convencido e dedicado a ostentações, eu diria que era uma seleção. Um timaço de profissionais com trajetória que honra o jornalismo.

Pode ser que nem todos tenham vaiado, mas eu me esforcei e fiz a minha parte, como segunda voz do barítono Marco Estivalet.

Nenhum dos que estavam na mesa teme a boiada de Caiado. A boiada goiana e a que acolheu em Porto Alegre o sujeito que tirou foto sorrindo com o neonazista Benjamin Netanyahu ao lado de Tarcísio de Freitas em meio ao genocídio em Gaza.

(Alguém pode perguntar. Mas jornalista também vaia? Quando chegamos à idade em que estamos, e sem vínculos com as corporações de mídia, vaiamos até pôr do sol. Jornalista vive de vaiar o Papa, artistas, sindicalistas, empresários, professores, engenheiros, padres, pastores, jogadores de futebol, todo tipo de gente e até Deus e seu filho Jesus. O jornalista é um vaiador. Por que não poderia vaiar Caiado? E jornalismo de combate na integralidade é resistência em tempos de guerra, e não em tempos de paz. O resto é a fofice dos isentões.)

Estão no time dos 11, na segunda foto acima: esse que vos fala, Marco Estivalet, Eugênio Bortolon, Maristela Simas, Nina de Oliveira, José Antonio Silva, Jeanice Ramos, Elmar Bones, André Pereira, Rafael Guimaraens e Emílio Pedroso.

2 thoughts on “A saudação a Caiado no Mercado Público

  1. Ainda bem que ninguem atirou uma bolinha de papel, daí a merda estaria fedendo. O pig iria paginar como atentado terrorista contra um potencial candidato a presidencia, como fizeram com o serra. Livraram-se desta, cuidem-se terroristas kkkm

  2. E o pior é saber de antemão o lado q a brigada Militar ESCOLHERá se a intimidação tivesse descambado pra violência. O negócio é sair sempre em turma.

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