As cutucadas de Bolsonaro em Alexandre de Moraes e no STF

A live de Bolsonaro ao lado dos filhos Eduardo, Flavio e Carlos, no domingo, teve o pretexto de anunciar um curso online para formação de candidatos de extrema direita às eleições municipais.

A live foi feita, na verdade, para mostrar que Bolsonaro está vivo e arrogante, que pretende interferir na eleição e que continua desafiando o Supremo, o ministro Alexandre de Moraes, o sistema eleitoral e o TSE.

Duas falas do inelegível foram recados claros ao STF e a Moraes. Esse é o primeiro trecho:

“Quantas vezes eu recebia de alguém do Supremo, ‘tem 24 horas, 48 horas para fazer isso, informar aquilo’. Por que o Supremo não decidiu acabar com os acampamentos no dia 1º de janeiro, ou 2 de janeiro?”.

Aqui, Bolsonaro questiona a capacidade do STF de mandar que os comandantes militares dessem ordens para que fossem desmontadas as barracas dos golpistas. É um deboche com o STF.

E essa é a outra fala, desta vez dirigida a Moraes:

“Nos acusam de espalhar fake news, mas não mostram qual é a fake news. Nos acusam de gabinete do ódio, mas não mostram matéria que teria saído do tal do gabinete do ódio”.

É uma provocação ao ministro relator do inquérito das fake news, que abrange gabinete do ódio e milícias digitais, estruturas que estavam misturadas dentro do Planalto.

Bolsonaro está dizendo que o STF não teve coragem para enfrentar os militares, no caso dos acampamentos.

E que Alexandre de Moraes não concluiu até agora o inquérito das fake news, no qual ele, Bolsonaro, é um dos investigados, por não ter provas. O inquérito é de 14 de março de 2019.

São duas cutucadas fortes, talvez às vésperas de mais decisões de Moraes contra gente importante do entorno de Bolsonaro.

Mas a imagem que fica não deixa de ser preocupante. Apesar dos baques sofridos nos últimos dias, principalmente com o cerco ao delegado deputado Alexandre Ramagem, Bolsonaro continua afrontando o STF e provocando: venham me pegar.

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