Extrema direita judaica não quer briga com Nikolas Ferreira


Nikolas Ferreira pode ficar tranquilo. Os judeus de esquerda e outros grupos antifascistas ficarão falando quase sozinhos contra a presença do deputado de extrema direita na presidência da Comissão de Educação da Câmara.

Que o mineiro fique tranquilo, porque a luta contra quem aceita discurso neonazista não é uma grande preocupação dos brasileiros. Também não é essa a questão prioritária dos judeus de extrema direita.

Se Nikolas Ferreira disser de novo que defende a liberdade de expressão de quem prega o direito de organização e de fala dos nazistas, não acontecerá nada.

Se disser, como disse em entrevista a um podcast em 2022, que negar o Holocausto é normal, porque “a própria comunidade judaica” respeita o direito de quem não acredita nos crimes de Hitler, ficará impune e continuará presidindo a comissão.

Não acontecerá nada nem se Bolsonaro chamar de novo a deputada nazista Beatrix von Storch ao Brasil e tirar foto abraçado a essa alemã neta de um amigo e ministro de Hitler, como fez em julho de 2021.

Não acontecerá nada nem se o supremacista bolsonarista Filipe Martins, que está preso como golpista, sair da cadeia e voltar a fazer com os dedos e em público, no momento da libertação, o sinal do supremacismo neonazista. Como fez no Senado em março de 2021.

Não acontecerá nada com Nikolas Ferreira, porque segundo a grande imprensa sua eleição para a Comissão de Educação é um problema para Lula e para o governo, e não para escolas, professores, estudantes, suas famílias e para o país.

Os jornalões dizem, desde a escolha do deputado negacionista, que isso significa uma afronta a Lula. Não se trata, segundo as corporações de mídia e seus colunistas lavajatistas, de uma agressão à educação. Não há uma linha contra a eleição de Nikolas para chefiar a comissão.

Nikolas Ferreira não irá se incomodar com quase ninguém e não precisa se preocupar com a extrema direita judaica, porque esse contingente está certo de que Bolsonaro, os filhos de Bolsonaro e os generais de Bolsonaro eram e são amigos de Israel e dos judeus.

A prioridade de judeus de extrema direita é atacar quem, mesmo apenas por suspeita, está ao lado dos palestinos. Quem ataca a matança de crianças em Gaza é o inimigo a ser combatido e patrulhado como genérico antissemita.

O combate a neonazistas, que mobilizou durante anos a delegada Andréa Mattos, em Porto Alegre, não era a prioridade de quase ninguém. A brava policial, titular da Delegacia de Combate à Intolerância, morreu de câncer no ano passado depois de investigar, indiciar e conseguir a condenação de bandidos neonazistas que atacavam judeus nas ruas.

Mas pergunte a alguém se há urgência ou prioridade no combate ao nazismo. Pergunte a judeus de extrema direita se os neonazistas são hoje preocupação prioritária de descendentes de famílias que escaparam do Holocausto.

Não são. Nikolas pode exaltar a liberdade de expressão de quem defende o direito de fala e de organização dos nazistas. Pode dizer que a Terra é plana e rir de piadas sobre pessoas com deficiência, como os nazistas faziam.

Não acontecerá nada com Nikolas Ferreira, se alguém esperar reações fortes de pessoas de fora de grupos de esquerda antifascistas e antinazistas. Na média, a população pode estranhar as posições de Nikolas, mas não haverá nada além desse incômodo.

O deputado sabe, por ser pregador religioso, que líderes neopentecostais convenceram seus fiéis de que Israel é um país cristão. E que Bolsonaro idolatra Benjamin Netanyahu e já rezou no Muro das Lamentações. E nós sabemos que o fascismo brasileiro está liberado para ser terrivelmente neonazista.

A extrema direita tem outros focos. Está preocupada com apoiadores dos palestinos e em atacar a maconha, o aborto, os yanomamis, os gays, as mulheres, os negros e tudo e todos que forem diferentes.

Fique calmo, Nikolas Ferreira, que poucos irão questioná-lo pelo que você diz, faz e ameaça. O supremacismo está entranhado até entre vítimas do neonazismo, e que não são apenas os judeus.

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