Morreu a delegada que os nazistas temiam

As investigações sobre racismo, nazismo, homofobia e todo tipo de discriminação que configure delito tiveram quase sempre, nos últimos anos, no Rio Grande do Sul, a coordenação direta da delegada Andréa Mattos.

Andréa era titular da Delegacia de Combate à Intolerância, desde a criação do órgão, em dezembro de 2020. E desde então lutava também contra um câncer que a matou nessa sexta-feira.

O setor público perde uma servidora destemida, defensora das liberdades, com apenas 42 anos.

A delegada vinha se dedicando às investigações de grupos nazistas no Rio Grande do Sul e foi responsável por prisões de militantes que disseminam as ideias de Hitler em articulação com criminosos de outros Estados, principalmente Santa Catarina.

Trabalhava em parceria com o deputado Leonel Radde (PT), também policial, na tentativa de conter o avanço de células neonazistas no sul do país.

Há 10 dias, por iniciativa de Radde, Andréa havia recebido na Assembleia Legislativa a Medalha do Mérito Farroupilha.

O deputado, reconhecido como o maior combatente do nazismo no Estado, escreveu no Twitter:

“Dia triste para a luta Antifascista e contra todo o tipo de preconceito. Nossa amiga e guerreira, Delegada Andréa Mattos, acabou de falecer após uma longa luta contra o câncer. Que seu exemplo de vida e seu trabalho nos sirvam
de farol para sempre. Sinto demais a tua falta”.

Era uma mulher numa área de investigação de alto risco, dominada por machões da extrema direita.

A pergunta que fica é a mais óbvia e inquietante: quem irá substituir essa policial exemplar na tarefa de encarar racistas, homófobos, nazistas e fascistas em geral?

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