O EX-JUIZ E O POVO

O que Sergio Moro, com tanta coisa pra tocar adiante e tanta arma pra liberar, foi fazer dia desses num supermercado de Brasília? Ele foi fazer compras com cestinho porque agora é político, mesmo que pretenda nos convencer de que é um ministro ‘técnico’.
Só que deu errado. Moro esperava ser flagrado comprando leite e pão e ser filmado por alguma dona de casa espantada: o juiz come arroz.
Pois Moro foi filmado por um rapaz que cobrou dele a inclusão do caso do Queiroz na pauta do combate à corrupção. Não é caso para Moro, mas Moro já se meteu em tanta coisa que não seria dele.
Algum conselheiro do ex-juiz deve ter dito: circula por aí, porque agora é tudo contigo. Aparece, mostra a cara, recebe aplausos, vai cultivando tua horta até 2022.
Foi o que ele tentou fazer. Não divulgo o vídeo porque não concordo muito com esse tipo de crítica no tom usado pelo rapaz. Mas admito que tais situações fazem parte da democracia em qualquer lugar e é preciso encará-las sem prepotência.
Moro respondeu ao rapaz: “Você está sendo desagradável e mal educado com todo mundo aqui”. Todo mundo quem? Moro acha que representa todo mundo?
Moro pensa que está, mas não está mais sob a proteção da redoma de Curitiba. Está dentro da baleia, e a baleia é ocupada por todo tipo de gente, todo tipo de corrupto.
Foi uma escolha que fez, sem volta. Se não der certo, que abra uma banca com advogados famosos.
Mas se quiser ficar num cargo público, que enfrente também quem às vezes pode falar um pouco mais alto. Assim caminha a democracia, Sergio Moro. Mesmo essa democracia caindo aos pedaços.

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