Os lavajatistas tentaram saquear a Petrobras moribunda

É possível fazer alguma analogia entre o caso da mulher que teria levado o tio morto ao banco, para pegar um empréstimo de R$ 17 mil, e a situação da Petrobras, que seria saqueada em R$ 2,5 bilhões pelos lavajatistas de Curitiba?

É possível e deve ser feita, para que tenhamos clareza de como funcionam o sentimento de punição e de reparação e o sentimento do sistema de Justiça. Não é nem uma questão de clichê moral, é de compreensão dos alcances ‘técnicos’ e da hermenêuticos do sistema. É uma questão de poder.

A mulher que teria tentado ficar com R$ 17 mil de um morto foi presa em flagrante. A facção do Ministério Público de Curitiba, que tentou ficar com R$ 2,5 bi da Petrobras, cinco anos atrás, com aval do Judiciário, como se saqueasse uma morta, está solta.

E tudo parece uma questão alegadamente técnica de abordagem dos dois casos. Mas não é. O juiz corregedor do Conselho Nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, deixa claro no seu voto sobre o caso dos R$ 2,5 bilhões como foi montada a estratégia para acesso ao dinheiro.

Salomão define a operação como cashback. O plano era cobrar a multa da Petrobras, por delitos que teriam prejudicado acionistas, para que o dinheiro fosse parar depois na tal fundação.

Os lavajatistas iriam saquear a Petrobras sabendo que agiam como saqueadores. É o que está no voto do relator. Inventam a fundação e planejam a multa como uma espécie de rachadinha.

Para repetir e deixar ainda mais claro: Deltan Dallagnol e sua turma almejam chegar à multa, porque sem essa punição não existiria o plano bilionário da tal fundação. É o que nos diz Salomão.

É possível que Dallagnol, já com o aval da juíza Gabriela Hardt, estivesse considerando a Petrobras uma empresa moribunda às vésperas do sepultamento pelos justiceiros de Curitiba. Os R$ 2,5 bilhões seriam levados por eles como quem leva o dinheiro de um cadáver largado na estrada e que não pertence a mais ninguém.

Era o MP liderando o butim, para ficar com os restos da estatal massacrada pelo lavajatismo junto com as empreiteiras que deveriam quebrar.

Pegaram restos bilionários que não têm exemplo em nenhuma outra fundação semelhante no Brasil, até porque não existe mesmo algo parecido com o que eles planejaram.

Essa é a realidade para quem gosta de comparações, porque comparar é tornar ainda mais evidente os contrastes entre as situações jurídicas de miseráveis e poderosos.

A mulher pobre, que teria problemas mentais, está em prisão preventiva. Os que planejaram saquear a Petrobras, gente de exceção e com brilhantismo mental, estão soltos. E a tentativa de pegar o dinheiro da Petrobras é de março 2019.

São cinco anos. Só agora são acusados com alguma efetividade de ilegalidades que podem configurar corrupção passiva, corrupção privilegiada, peculato e prevaricação.

Escaparão, se prevalecer a tese de que foram apenas infelizes ao levar adiante a ideia da fundação que poderia transformar Dallagnol em benfeitor com um cofre de banqueiro. Mas a Petrobras sobreviveu e irá se vingar de todos eles.

(É importante observar que as últimas informações são de que a mulher pode ter chegado com o homem vivo ao banco. Ou seja, é provável que ela tenha sido mais correta do que os que tentaram ficar com o dinheiro da Petrobras que eles tratavam como morta.)

2 thoughts on “Os lavajatistas tentaram saquear a Petrobras moribunda

  1. Não, Moisés, não é provável que o morto chegou vivo. Morto chega aos lugares morto, sempre.

    Se a mulher tivesse estudado e tivesse se tornado uma juíza, o nome dela seria Gabriela Hardt (ou Sérgio Moro, caso fosse um homem. Poderia também ser Robinho se jogasse bola, Silas Mafaia se tivesse talento para gritar, Arthur Lira ou André do Rap – poderia ser qualquer corrupto e bandido do Brasil).

    Quero dizer com isso que brasileiro, rico ou pobre, é uma raça esfomeada, fanática por riquezas e pronta para dar uns golpes. O brasileiro é tão fanático por ricos e riquezas que os nazi-pardos-pobres oram pelo Elon Musk e condenam o Padre Júlio Lancelloti no esgoto das redes sociais (vá até os vídeos em português do Musk no Youtube, traduzidos com I.A. e veja os comentários dos brasileiros).

    Os ricos, os donos dos “jornalões” e o empresariado não necessariamente bolsonarista já começaram a pedir a cabeça do Moraes, só porque um bilionário veio se intrometer no sistema de Justiça do país. Um twitte de um bilionário é o suficiente para que a cabeça de um ministro da Suprema Corte corra riscos (impeachment, prisão e até morte)

    Não adianta tentar dar uma de marxista e querer enxergar na sobrinha do tio morto algum tipo de transcendência revolucionária só por ela ser pobre.

    Ela sofre de brasilidade, isto é, não tem nenhum caráter ou vergonha na cara, exatamente como o resto do povo e das elites desse pântano podre que é o Brasil.

    PS: Quer saber se esse lugar tem futuro? Leia sobre o aluno da cidade de Praia Grande (SP) espancado até a morte. Nosso futuro são aqueles aluninhos brasileiros lá.

  2. Moisés e Rodrigo acertaram na mosca. Texto e comentário irretocáveis. Como contribuição à sobrinha do falecido, antes ou depois, tanto faz, sugiro a contratação de um advogado do tipo Rolando Lero para defendê-la usando os argumentos do Barroso. Liberdade na certa.

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