Os pilotos e os nadadores

No dia 29 de setembro completa-se uma década da tragédia com o Boeing da Gol que se chocou com um jato Legacy, quando sobrevoava Mato Grosso. Morreram 154 pessoas.
O Legacy era pilotado por um americano. Até hoje o caso é considerado controverso. Na época, o piloto e o co-piloto (Joe Lepore e Jan Paladino) foram liberados por ordem de um juiz federal e voltaram para casa.
Imagine o contrário, dois brasileiros pilotando um jato (que eles pouco dominavam), que se choca com um Boeing cheio de americanos, enquanto sobrevoam o Texas.
Esse caso dos nadadores americanos, que inventaram um assalto, é quase nada perto da história do Legacy e de como se deu a relação da polícia, do Ministério Público e da Justiça com os envolvidos naquele caso.
Para eles, tudo aqui é terra de índios. Americanos podem fazer o que bem entendem (como insinuam agora alguns jornais de lá, porque aqui tudo está sob suspeita), inclusive inventar assaltos, como se fosse preciso. Nossas imperfeições são multiplicadas lá fora numa hora dessas.
Não precisa dizer que os dois pilotos americanos continuam, claro, pilotando. Eles foram condenados aqui a quatro anos e quatro meses de prisão, por imprudência, junto com controladores de voo. E não precisa perguntar também o que uma condenação aqui significa para a Justiça americana.
E não duvidem se eles não pilotaram de novo nos céus do Brasil com equipamento básico de segurança de voo desligado, como aconteceu há 10 anos.

 

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