QUANDO O JORNAL VIRA UMA FERRAGEM
A Folha demitiu Janio de Freitas e outros profissionais, mas não há com o que se surpreender. A todo momento o grande nome de um jornal é demitido.
Em 2017, Zero Hora mandou Luis Fernando Verissimo embora. Carlos Drummond de Andrade foi dispensado como cronista do Jornal do Brasil nos anos 80.
O que se pode prever, como movimento natural da Folha, é a renovação de nomes à esquerda, para compensar a saída de Janio.
Com um detalhe: o jornalista era colunista com vínculos com o jornal. Era empregado. A nova estratégia, que nem muito nova é, transforma colunistas em colaboradores.
O jornal deixa de ter jornalistas da equipe como articulistas e terceiriza a opinião e as responsabilidades com gente de fora. Globo, Estadão e Folha têm cada vez mais colunistas nessa situação.
É um truque que combina muitas vantagens para as corporações de mídia. O jornal paga o colunista por trabalho, sem vínculos, e economiza em encargos sociais, férias, FGTS etc.
E a opinião passa a ser do colunista, sem compromissos do jornal que a publica. Tem sido assim em toda parte.
Colunistas são cada vez mais especialistas em alguma coisa, geralmente da área acadêmica, com muitos títulos, e cada vez menos jornalistas.
O sonho nem tão secreto das grandes organizações é poder um dia fazer jornal sem jornalistas.
Se alguém da extrema direita reclama e ameaça, e eles vivem ameaçando, o jornal pode dizer que o colunista de esquerda é dono da sua opinião e que a empresa não avaliza o que ele escreve.
O detalhe interessante no caso da demissão de Janio é que a Folha publicou no domingo uma notícia que começa assim:
“O jornalista Janio de Freitas deixa de publicar sua coluna semanal na Folha a pedido do jornal, por contenção de despesas”.
É a primeira vez que, para explicar uma demissão em particular, um jornal apresenta publicamente como desculpa a redução de custos, como se fosse um açougue ou uma ferragem.
O leitor pode se lamentar por ter perdido o texto de Janio e ficar imaginando a fortuna que ele deveria estar recebendo da Folha.
O que se espera agora é a reposição. A Folha deve anunciar novos nomes com posições de esquerda e pode até surpreender.
Assim fará com que aos poucos Janio seja esquecido. Paga pouco, provoca impacto entre os leitores com a novidade, e a ferragem (ou melhor, o jornal) continua funcionando.
Enquanto isso figuras REPULSIVas como merval Pereira continuam dando as caras no jornalismo brasileiro.
No final de março de 2016, quando do afastamento do Jornalista Moisés Mendes do quadro de profissionais da Zero Hora, o Jornal publicou: “ZH convidará articulistas de perfil similar ao de Moisés para colaborar com colunas e comentários que mantenham a diversidade de opiniões que caracteriza o jornal”
Lá se vão mais de 6 anos e a promessa ficou só na retórica, pois, até hoje não apresesntaram alguém ao nível do Moisés!!!
RBS tirou o Moises e entraram Guzzo e um tal de Esbes, finas flores do fascismo.