UMA ORGANIZAÇÃO GOLPISTA PODE PROTEGER A NOSSA DEMOCRACIA?

A mais importante notícia da semana, em defesa da democracia, é o pedido de socorro do Tribunal Superior Eleitoral para que a União Europeia, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Carter Center ofereçam suporte ao Brasil nas eleições contra os ataques de Bolsonaro.

O TSE quer proteção externa. A ameaça de sabotagem é real e foi retomada com os discursos e as falas do sujeito no cercado do Alvorada contra o TSE e o Supremo.

Mas há pelo menos uma surpresa para as esquerdas entre as instituições escolhidas pelo TSE para que acompanhem a eleição deste ano.

A OEA é acusada até hoje, e não só pelos bolivianos, de ter desencadeado um golpe e uma crise política quase permanente na Bolívia.

Foi um relatório da sempre golpista OEA que apontou indícios de fraudes na eleição de 2019, quando Evo Morales foi reeleito.

Logo depois das eleições de 24 de outubro, a OEA espalhou as suspeitas. A denúncia nunca foi comprovada, ao contrário, foi desmentida por vários organismos.

Mas menos de um mês depois, em 10 de novembro, Morales foi obrigado a renunciar, depois de um motim da Polícia Nacional com o apoio das Forças Armadas.

Às vésperas da eleição de outubro de 2020, quando Luis Arce, do mesmo Movimento ao Socialismo, liderado por Morales, venceu a eleição e o golpe foi derrotado, a OEA voltou com a conversa da fraude.

Os ‘documentos’ que disseminaram desconfianças e atiçaram os militares e os latifundiários de extrema direita de Santa Cruz de la Sierra foram elaborados sob o comando do secretário-geral da OEA, Luis Almagro (foto).

Ele foi o fomentador do golpe, assim como a OEA esteve presente como protagonista em muitas outras conspirações contra governos de esquerda na América Latina.

O TSE escolhe para protegê-lo e servir de escudo à democracia brasileira uma organização que, sob a chefia de um golpista declaradamente a serviço dos Estados Unidos, sabotou a democracia boliviana e é sem disfarces inimiga dos governos progressistas da América Latina.

Podem dizer que a OEA não poderia ficar de fora do apelo do TSE, mas é difícil aceitá-la no grupo. Almagro não deixa a Bolívia em paz. Em agosto, voltou a dizer que houve fraude em 2019.

O secretário desconsidera vários estudos feitos por solicitação do Ministério Público boliviano, que desmentem suas insinuações.

A Bolívia vive sob tensão até hoje, porque a interferência da OEA desestabilizou o país.

Que contribuição essa organização pode dar ao Brasil, quando se sabe que a única chance de Bolsonaro é esculhambar com a eleição?

E agora uma informação que muitos ignoram. O uruguaio Almagro, inimigo dos governos da Bolívia, de Cuba e da Venezuela, e que está no poder na OEA desde 2015 e deve ficar até 2025, foi ministro das Relações Exteriores de Pepe Mujica.

Por suas posições alinhadas à extrema direita contra os governos cubano e venezuelano, em 2018 foi formalmente expulso da Frente Ampla.

E como o sujeito era da Frente, com uma cabeça fascista? Pois é. Essa é a América Latina.

No link abaixo, reportagem do G1 sobre o “erro” cometido pela OEA:

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/06/08/estudo-diz-que-analise-da-oea-sobre-fraude-em-eleicoes-da-bolivia-estava-incorreta.ghtml

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