Vai-se mais um ídolo da direita

O comando da Lava-Jato na Polícia Federal do Paraná sabia do risco que corria quando elegeu o agente Newton Ishii como imagem da corporação no cumprimento das ordens de prisão de corruptos graúdos.

O japonês da federal, que prendia todo mundo, também era um corrupto miúdo. Todo mundo sabia, a partir de informações divulgadas pelo que a direita classifica como blogs sujos, ou os blogs de esquerda, ou blogs não alinhados com o reacionarismo.

E deu no que deu. Os golpistas distribuíram máscaras do japonês no Carnaval, como se ele fosse a representação do bem. Jornalistas adesistas deixaram que o mito fosse construído ou estimularam a adoração.

O japonês da federal está preso por corrupção, condenado, em última instância, pelo Superior Tribunal de Justiça a quatro anos e dois meses de prisão. Atuava em conluio com contrabandistas. Vai pegar um semi-aberto, não se sabe ainda se com ou sem tornozeleira.

O caso é de 2003. Até agora, o japonês da federal não só transitava por aí, como fazia o papel de xerife. A direita perdeu mais um ídolo. Vai sobrar o Bolsonaro.