A dupla perfeita

Gilmar Mendes e Sergio Moro se parecem, mas não têm a mesma missão no mundo. Mendes dedica-se a favorecer em seus despachos todos os enrolados da direita que aparecem à sua frente em Brasília.

Sergio Moro age como acusador na vara especial da Lava-Jato em Curitiba e tem a missão de caçar Lula e o PT. Mendes defende a direita, Moro ataca a esquerda. Mendes tem a seu favor o fato de que joga aberto, como juiz partidário sem camuflagens.

O interessante é que o Mendes defensor de reacionários é, na origem, homem do Ministério Público, ou seja, um acusador. E Moro, que deveria ser juiz e não promotor, é na verdade o  cara da acusação na Lava-Jato, ao lado de Deltan Dallagnol.

A direita está bem servida com os dois, mas claro que tem muitos outros. E a esquerda? A esquerda tem pensadores do Direito e juristas avulsos ou na academia, mas fora das estruturas de poder, com as exceções de sempre na ativa das instituições, como os Juízes para a Democracia. Mas esses são poucos.

Promotores, procuradores e juízes da esquerda mais refletem sobre o golpe e os desmandos cometidos em nome das leis, da ordem, da família e da moral do que interferem no andamento das coisas.

A esquerda do Direito esbraveja, ataca, palpita, mas quem manda mesmo no MP e no Judiciário é a direita. Gilmar Mendes e Sergio Moro formataram o modelo a ser seguido. Deltan Dallagnol é um subproduto saído da mesma forma. É como se fosse um jogo com os alemães. Eles estão ganhando de 7 a 1.

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