A JOGADA ENSAIADA DOS BOLSONAROS COM KAJURU
Flavio Bolsonaro ameaça entrar com queixa contra Kajuru, no Conselho de Ética do Senado, por ter divulgado a conversa com o pai fanfarrão.
É mais uma jogada das facções que tomaram o poder. Bolsonaro decidiu participar da armação com Kajuru, autorizou a divulgação da ameaça, esperou as reações, sentiu que pode ter cometido outro erro e decidiu recuar.
Olhem essa foto e imaginem se Flavio e Kajuru são colegas que convivem apenas de forma protocolar.
Flavio foi escalado pela família para criar a cena de espanto de que a conversa foi vazada e preparar o teatro do Conselho de Ética.
Kajuru teria traído Bolsonaro. O filho dono da casa de R$ 6 milhões sabe que não dá nada contra o coleguinha no tal conselho.
Não deu contra ele mesmo, na história da casa, e nem contra o irmão Dudu, que ameaçou com a volta da ditadura e saiu impune.
A história do Kajuru pode ter sido mais uma em que Bolsonaro fica na beira do penhasco, à espera de um empurrão. Mas parece que ainda não será desta vez.
Até mesmo o novo trecho vazado, em que Bolsonaro ameaça o senador Randolfe Rodrigues (“Vou ter que sair na porrada com um bosta desses”), pouco acrescenta como agravante.
Bolsonaro sabe que pode continuar ameaçando governadores, prefeitos, o Supremo, o Congresso, a imprensa. Até acontecer a vacilada.
Uma hora vai acontecer. Será um detalhe inesperado. Mas figuras com o perfil de Bolsonaro tropeçam no detalhe. Bolsonaro está cada vez mais cercado de detalhes, de generais abandonados pelo caminho e de cadáveres de ex-aliados.
O que mais tem na vida de Bolsonaro é detalhe à espera de um tropeço. Alguns detalhes estão em estado de putrefação.
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O VALENTE
A Globo pegou pesado com Bolsonaro em reportagem sobre armas no Fantástico.
Sonia Bridi reconta de novo a situação vexatória (para um valente armamentista) enfrentada por Bolsonaro em 1995.
O sujeito foi assaltado por dois homens e perdeu a moto e uma pistola.
Sonia Bridi lembra da frase de Bolsonaro na época: “Mesmo armado, me senti indefeso”.
A Globo mostra que Bolsonaro é a prova de que o porte de uma arma não significa garantia de defesa. Geralmente, como nesse caso, é o contrário.
O homem que teria roubado ou receptado a arma de Bolsonaro apareceu, por coincidência, morto dias depois dentro de uma cela.
Não há um exemplo, um só, de que Bolsonaro e os filhos tenham alguma vez na vida enfrentado e vencido um bandido.
O que se sabe é que a família sempre foi amiga de bandidos. Nem é preciso citá-los.]
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POBRE DIABO
A mobilização dos pastores em defesa dos cultos presenciais tem explicação em reportagem de Vinícius Valfré, no Estadão.
A queda da arrecadação do dízimo nas igrejas ligadas ao bolsonarismo está entre 40% e 50%.
O Pix não fideliza os fiéis. A questão toda é financeira. Eles precisam fazer cultos e trazer de volta os devedores.
Deus está fora dessa história e é provável que até o diabo esteja sendo usado indevidamente.