A armação é mais ampla, mas o ex-juiz aguentará o tranco?
É mais ampla e ambiciosa do que parece a armação em torno de Sergio Moro no duelo improvável e suspeito com o PCC.
Globo, Folha e Estadão estão armando a tentativa de ressurreição do ex-juiz. Ele é quem deve pegar a vaga de Bolsonaro, alquebrado com o contrabando das joias e a caminho da inelegibilidade.
É um esforço quase desesperado para que a figura seja transformada em inimigo número um do PCC e da bandidagem pesada. E ele nunca caçou Marcola e outros líderes da organização.
Moro nunca teve condições de entrar nessa briga de cachorro grande. Vamos repetir para que não fiquem dúvidas. Há indícios de que ele foi mesmo jurado por Marcola e é provável que exista um plano para pegá-lo.
Mas que se esclareça: nada disso acontece porque Moro caçou o PCC. Não é nada disso.
Ele apenas provocou a facção com a proibição das visitas íntimas. Foi infantil e irritou Marcola. Foi o que aconteceu.
O plano para pegá-lo seria apenas mais um contra autoridades, como existem às centenas por todo o Brasil (promotores e juízes de paróquias sabem bem), se não tivesse sido divulgado com estardalhaço pela estrutura lavajatista que sobrou em Curitiba.
Por isso Globo, Folha e Estadão vendem o ex-juiz com nova roupa e nova máscara. Agora ele não caça mais corruptos, é o xerifão.
É mais uma farsa e é a isso que Lula se refere quando fala em armação. Tudo na pressa para produzir uma criatura capaz de enfrentar Lula agora e mais adiante.
As corporações de mídia desistiram de inventar um nome ao centro, porque acumularam fracassos.
Não confiam em ninguém além de Moro. Desconfiam do bolsonarismo intermitente de Tarcísio de Freitas e não consideram Simone Tebet e Romeu Zema com força para um protagonismo nacional.
Há, nesse contexto complicado, a crise da Globo e dos jornalões que não reproduzem na transição para as versões online o poder que detinham em tempos analógicos.
A Globo fracassou em 2017 quando tentou derrubar Michel Temer e criar um ambiente propício a uma eleição indireta. Fracassou ao não conseguir conter Bolsonaro.
Fracassou, junto com Folha e Estadão, na tentativa de produzir um nome para o que seria a terceira via em 2022.
E todos se enredaram em seus passados tenebrosos ao não saber o que faziam com Lula como única possiblidade de acabar com Bolsonaro.
Não há uma vitória das corporações de mídia desde o golpe de 2016 contra Dilma Rousseff e o encarceramento de Lula em 2018.
De lá até aqui, todos foram consumidos pelo dilema de bater em Bolsonaro e ao mesmo tempo poupar Paulo Guedes e os militares que tutelavam o sujeito.
Sergio Moro é a esperança de reversão de um quadro ruim para a velha e a nova direitas que se consolaram com o colo da extrema direita.
Mas quem, além da Globo e dos jornalões, é da turma de Moro? Quem respeita Moro no seu partido, o União Brasil? Quem o considera mais do que um figurante no Senado?
Moro está, como senador, em nível equivalente ao de Hamilton Mourão, Damares Alves, do astronauta Marcos Pontes e de Magno Malta.
Mas é bem mais simplório do que todos eles. Tem dificuldades de reflexão e retórica. E não tem grupo, não pertence a nenhuma base organizada.
Alguém acredita que ele poderá se reagrupar com o bolsonarismo? E ainda tem o bafo de Tacla Duran.
Moro, como disse o promotor Lincoln Gakiya, esse sim ameaçado pelo PCC, pode estar na lista de Marcola de gaiato.
Mas não está de gaiato na armação da Globo. Tem as imunidades que condenava nos políticos, para fazer insinuações calhordas contra Lula, mas não tem quase mais nada.
Não tem talento para um embate mais pesado numa arena que não domina e talvez não tenha fôlego nem pernas para aguentar o tranco.
Minha mãe já estava defendendo ele graças ao circo que o jornal nacional fez em defesa a ele.
De fato, a cada minuto que o marreco ex-juiz e sua imprensa lambe-saco continuarem insistindo nessa história, mais rápido ele chegará ao fundo do poço político. Serão oito longos anos pra ele. Pobre Paraná.
Excelente artigo, caro Moisés Mendes. Obrigado!
alinhavou todos os aspectos da questão num texto primoroso.
Obrigado uma vez mais, Mestre Moisés Mendes.
(Qual o seu pix?)
A globo não conseguiu derrubar o biroliro em razão da record e sbt terem ficado do lado dele fzdo um CONTRAPonto ( redetv e jovemklan nao contam, pois são café com leite ).
Fatos:
1) Moro nunca perseguiu o PCC ou qualquer um de seus membros, ele mesmo atestou isto em entrevistas..
2) Moro usou métodos criminosos na condução dos processos da Lavajato.
3) Moro foi considerado parcial pelo STF, depois que vários organismos internacionais já denunciavam sua parcialidade.
4) A tal proibição de Moro às visitas íntimas, na verdade não é de Moro, mas sim do ministro de Temer Nem por isto o ministro de Temer foi perseguido pelo PCC.
5) No livro de Moro, ele fala abertamente sobre a transferência de presos do PCC para presídios federais, ALEGANDO SER UM PEDIDO DO mp DE sÃO pAULO E QUE bOLSONARO SUGERE VETAR, POIS ISTO PODERIA GERAR “TUMULTOS” NO PAÍS. nÃO CONSEGUIRAM VETAR, E PRESOS DO pcc FORAM PARA PRESÍDIOS FEDERAIS. Não se tem notícia de que isto tenha causado tumultos.
6) tODOS OS PRESÍDIOS FEDERAIS DE ALTO PADRÃO DE SEGURANÇA FORAM CONSTRUÍDOS NOS GOVERNOS DE lULA.
7) a JUÍZA QUE DEVERIA CUIDAR DO CASO MISTERIOSAMENTE RESOLVE ANTECIPAR SUAS FÉRIAS EM UM DIA, ASSIM UMA JUÍZA, AMIGA E HERDEIRA DE mORO, gabriela Hardt EM cURITIBA ASSUME O CASO E DOIS DIAS ÚTEIS DEPOIS (APÓS TER LIDO MILHARES DE PÁGINAS DO PROCESSO) LEVANTA O SIGILO, QUE FOI PEDIDO POR UM DELEGADO ASSUMIDAMENTE BOLSONARISTA / MORISTA. cOM ISTO É VAZADO A AMEAÇA A mORO. 30 MINUTOS DEPOIS, mORO FAZ A PRIMEIRA ILAÇÃO SOBRE O pt, O pcc E A SEGURANÇA DA SUA VIDA APÓS A FALA DE lULA DE QUE QUERIA F**** O JUIZ. uM TIMING TÃO PERFEITO QUE PARECE SEGUIR UM ROTEIRO.
8) Nos dias que seguem, jornalões tentam desesperadamente associar o PT ao PCC pra reforçar uma suspeita de que o PT, através do PCC queria pegar o juiz ladrão. Fazem isto requentando fake news do passado e o Bolsonaro coloca até fake news do caso de Celso Daniel para auxiliar.
Estes são os fatos, cada um interpreta como achar melhor ou como sua ideologia permitir.