A transparência de Sérgio Moro

Esta é uma semana para que se definam coisas importantes. Uma delas parece complexa, mas é bastante simples. São os limites da transparência impostos pela concepção do juiz Sérgio Moro.
O juiz decidiu na semana passada que a defesa de Lula não pode mais gravar as audiências das quais participa em Curitiba. Moro ficou mal, em dezembro do ano passado, em uma das gravações, quando fez observações irônicas ao advogado Cristiano Zanini.
Por que as gravações não poderiam ser feitas, se o próprio Supremo consagrou com o mensalão a total transparência até mesmo de um julgamento com alto poder de devastação política?
O juiz não confia no bom senso dos advogados de Lula, ou não confia na sua performance quando gravado?
Todas as audiências da Lava-Jato em Curitiba são gravadas pela própria Justiça. É de lá que saem, por fontes nunca identificadas (outros advogados, de outros réus?), as gravações seletivas que o Jornal Nacional mostrou tantas vezes.
A defesa de Lula já entrou com recurso para que a transparência da Justiça não sirva apenas a alguns. Até porque o próprio Moro já grampeou (o que é bem mais do que simplesmente gravar), e sem autorização do Supremo, até a presidente golpeada Dilma Rousseff.
Era só o que faltava um juiz tão seguro do que faz começar a se sentir inseguro por causa de uma gravação sem armadilhas e sem truques.

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