AS TRIPAS QUE RENDERAM 134 AÇÕES
O caso do jornalista e escritor João Paulo Cuenca é tema de uma audiência pública nesta terça, no Ministério Público Federal do Rio.
Cuenca é acusado em 134 ações abertas em nome de pastores e religiosos evangélicos.
Em junho de 2020, ele publicou nas redes sociais que “o brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal”.
Os pastores devem ter achado que Cuenca deseja mesmo que suas tripas sejam usadas no enforcamento dos Bolsonaros.
O MP vai avaliar a denúncia, feita pela Associação Brasileira de Imprensa, de que Cuenca é vítima de assédio judicial.
Fui convidado pelo MP a depor na audiência, porque escrevi sobre o caso, que acompanho desde o início, e enfrento quatro ações na Justiça apresentadas pelo autoproclamado véio da Havan.
Outros jornalistas em situações semelhantes, por perseguição do poder econômico, político e religioso da extrema direita, também irão depor.
Como disseram Lula e Alexandre de Moraes na cerimônia de diplomação em Brasília, do que mais precisamos hoje é de coragem. Estou tentando fazer a minha parte.
Todas essas ações (e não me refiro “apenas” às do Cuenca) deveriam entrar no rol da litigância de má fé, por haver a nítida intenção de criminalizar o claro uso de figuras semânticas pelos escritores/jornalistas. Tais figuras têm o intuito de trazer à tona a gravidade dos assuntos abordados. Ponto!
E isso é consenso já firmado em Tribunais Superiores, de conhecimento público e, principalmente, dos advogados e magistrados do país. Por isso, insistir nessas ações é litigar com MÁ fé.
Em nome da DEMOCRACIA, vai firme Moisés,
Tô contigo!!!
Rui Fabres