BOLSONARO AMEAÇOU QUEM ‘PERSEGUIA’ OS FILHOS
Poderemos chegar ao fim do dia com o começo do fim do governo Bolsonaro, se forem confirmadas as informações que estão sendo divulgadas agora.
Está esquentando a história do vídeo. Bolsonaro teria dito na reunião do dia 22 que o comando da Polícia Federal deveria ser trocado para que familiares e amigos não fossem prejudicados.
Se for isso mesmo, como está no Globo e na Folha, as ameaças feitas por Bolsonaro na reunião são mais graves do que o anunciado pelo próprio Sergio Moro.
O ex-juiz nunca disse que Bolsonaro havia manifestado preocupação com a família nessa reunião do conselho de ministros.
Os jornais ainda não têm vazamentos, mas informações de gente que viu o vídeo da reunião, exibido hoje à tarde para representantes da Procuradoria-Geral, advogados de Moro, o próprio Moro, assessores de Bolsonaro e delegados da Polícia Federal.
O Globo diz ter ouvido três fontes. Não é pouca gente. Todos dizem que Bolsonaro deixa claro: vai trocar a chefia da PF porque a família está sendo perseguida (certamente numa referência às investigações da PF sobre a estrutura montada dentro do próprio governo para a produção de fake news e às sindicâncias sobre o patrocínio e a organização das manifestações pró-ditadura).
Algumas das fontes devem ser os advogados de Moro ou assessores dos advogados. A Folha diz que uma dessas fontes informou que Bolsonaro usa a palavra “foder” quando informa na reunião que seus filhos eram ‘perseguidos’.
“Querem foder com a minha família”, teria dito Bolsonaro, referindo-se às investigações da Polícia Federal. O vídeo teria outras baixarias.
Ao falar da perseguição, Bolsonaro ameaçou trocar o comando da Polícia Federal e, se fosse preciso, o próprio ministro da Justiça.
Aguardemos os depoimentos dos três ministros militares, Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), que iriam depor hoje à tarde no Palácio do Planalto.
A situação dos ministros militares, que avalizam o governo Bolsonaro, passa a ficar ainda mais constrangedora.
Outra decisão aguardada é a possível liberação do vídeo da reunião, que depende de determinação do ministro Celso de Mello. Só aí saberemos se as tais fontes contaram o que viram mesmo ou se exageraram.
Já utilizamos toda a terminologia disponível para classificar, definir esta coisa que é este governo bolsonaro. imagina-se que em uma reunião ministerial o nível de decência, de postura e terminologia adequadas devam prevalecer. não, o que temos e transparece é um amontoado de gente desqualificada e sem projeto que se reúne para procurar inimigos. que fria nos meteram.