Elis e Rita Lee e as calhordices de Veja e Folha
Estas duas capas estavam nas bancas lado a lado em janeiro de 1982.
É bom relembrar, agora que a Folha, ao invés de destacar a relevância de Rita Lee para a música, a cultura e a resistência à ditadura, publicou na capa que ela “se deixou guiar por drogas e discos voadores”.
Uma simplificação grosseira de aspectos que até poderiam estar no texto, mas não com o destaque moralista e calhorda.
Foi o que a Veja fez quando Elis se foi. Preferiu fazer estardalhaço com a informação de que ela morrera de overdose.
Já a IstoÉ fez uma capa de despedida à maior cantora brasileira com a combinação perfeita de texto e foto.
O jornalismo é isso aí. Tenta ser meio Record, como a Veja foi, ou meio metido a engraçadinho, para agradar o fascismo, como fez a Folha.
A Folha é cada vez mais o jornal da direita brasileira, tentando preservar um público conservador que garante sua sobrevida, enquanto se mantém como um açougue que só vende carne de pescoço e guisado.
Há muito tempo a Folha não apresenta uma reportagem, uma só, que possa ser considerada importante para a compreensão do inferno em que o Brasil se meteu nos últimos seis anos..
Esse texto de hoje sobre Rita Lee é bem adequado ao que se reafirma como o padrão Folha século 21.
bom, ainda sobram a Patricia Campos Melo e a Julian dal Piva. É pouco para quem já teve muitos, que incluiam Janio de Freitas e Florestan Fernandes.
Está chorando até hoje a morte da Folha, Moisés?
Moisés Mendes, admiro muito seus artigos, sempre os guardo e repasso a amigos, vc fala que a Folha se transformou em algo como carne de pescoço, me perdoe a palavra chula, como boa baiana, eu a falo que a folha de tornou algo como carne de c*.