Em busca da pureza perdida

É precária, quase simplória, a análise de Mauro Paulino, diretor do Data Folha, para o crescimento de Lula nas pesquisas.
A prinicpal conclusão dele, em texto hoje na Folha, é que a maioria do eleitor despreza a corrupção como fator importante para que o candidato seja rejeitado.
A outra conclusão. Lula seria corrupto, mas faz mais pelos pobres do que os outros candidatos.
Não passa pela cabeça do analista que o eleitor está dizendo algo muito mais óbvio do que suas conclusões moralistas.
O que o eleitor diz é que Lula está sendo perseguido porque é Lula (mas essa questão não está nas perguntas formuladas pelo DataFolha). E que, no contexto da política suja brasileira, Lula ainda é menos sujo do que os candidatos da direita impune do PSDB, do PMDB e demais partidos golpistas que derrubaram Dilma.
Mas o diretor do DataFolha talvez imagine que um eleitor puro devesse buscar um candidato com a pureza do Brasil. Talvez como Aécio, Marina, Bolsonaro ou Doria Junior. Ou até quem sabe com a pureza do juiz de Curitiba.
(A conclusão final do analista, em tom de sabedoria superior, é que no fim políticos e eleitores são hoje tudo a mesma coisa. A minha conclusão é que o crescimento de Lula perturbou muito mais o jornalismo do que os políticos da direita.)

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