FOLHA FOI ENGAMBELADA PELOS MILITARES SOBRE A APURAÇÃO PARALELA

Era previsível que viria confusão com a manchete da Folha sobre a apuração paralela dos militares, desmentida pelo TSE.

Esta é a manchete da Folha desde o meio da tarde:

TSE nega acordo e gera mal-estar com Defesa; militares mantêm apuração paralela

O jornal acrescenta: militares dizem que Alexandre de Moraes havia se comprometido a facilitar entrega de dados sobre a totalização dos votos.

A Folha começa a se dedicar abertamente ao golpe, fazendo assessoria de imprensa (para quem?), e chega atrasada ao desmentido do TSE, que já estava circulando ainda pela manhã.

O jornal tentou manter até agora a versão, certamente transmitida por emissários dos militares, de que o Exército estava autorizado por Moraes a fazer apuração paralela em tempo real.

O TSE desmentiu a informação, em nota oficial, logo depois da manchete da Folha.

O jornal terá de informar quem deu a informação errada, ou ficará mal com seus leitores.

A Folha se esforça para manter sua manchete, sem fontes, para não ter que desmentir a notícia. É ruim para o jornal e para o jornalismo.

Passa arrogância e falta de transparência. A Folha foi engambelada pelos militares de Bolsonaro e não quer admitir que errou.

Esta é a nota do TSE, que a Folha ignorou pela manhã:

“O Tribunal Superior Eleitoral informa, em relação à apuração das eleições 2022, que não houve nenhuma alteração do que definido no primeiro semestre, nem qualquer acordo com as Forças Armadas ou entidades fiscalizadoras para permitir acesso diferenciado em tempo real aos dados enviados para a totalização do pleito eleitoral pelos TREs, cuja realização é competência constitucional da Justiça Eleitoral.
O TSE reitera informação amplamente divulgada em junho passado sobre a contagem de votos, a partir da somatória dos Bus (boletins de urnas), ser possível há várias eleições e que para o pleito deste ano, foi implementada a novidade de publicação dos boletins de urnas pela rede mundial de computadores, após o encerramento da votação para acesso amplo e irrestrito de todas as entidades fiscalizadoras e do público em geral.
Independentemente dessa possibilidade, como ocorre há diversas eleições, qualquer interessado poderá ir às seções eleitorais e somar livremente os BUs de uma, de dez, de trezentas ou de todas as urnas”.

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Na posse de Rosa Weber na presidência do Supremo, a frase de impacto foi do discurso de Cármen Lúcia, num recado direto a quem se diz imbrochável:

“O momento cobra decoro, a República demanda compostura”.

Tudo o que falta para os que estão no poder: decoro e compostura.

O imbrochável não apareceu para a posse.

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