O DISCURSO FROUXO DE UM PERDEDOR

O resumo da fala de Bolsonaro, depois de dois dias de silêncio, é desalentador para a extrema direita.

Finalmente admitiu que não tem condições de dar um golpe.

Fez uma confissão implícita de que os militares e o centrão o abandonaram.

Acabou traindo a confiança dos caminhoneiros que acreditaram no blefe golpista.

Comparou seus seguidores arruaceiros a militantes de esquerda, o que pode significar uma ofensa para eles.

Não aceitou a derrota nem cumprimentou Lula, mas nada disso faz falta.

Ficou marcado como líder embusteiro e fracassado de um golpe brancaleone.

Levou dois dias para pensar no que dizer e disse apenas que se acovardou.

Bolsonaro perdeu a chance de fazer o discurso histórico do perdedor que não se entrega.

Fez um discurso frouxo, em que deixa evidente sua submissão às ordens das forças militares que tutelaram seu governo e que saltaram fora do projeto do golpe.

Esta é a íntegra do discurso, que foi lido:

“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro.
Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral.
As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.
A direita surgiu de verdade em nosso País. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, Pátria, Família e Liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca.
Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra.
Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar mídia e as redes sociais.
Enquanto presidente da República, esse cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.
É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde amarela da nossa bandeira.
Muito obrigado”.

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O DEUS DELE
Quase metade dos brasileiros votou no boca-de-cobra porque ele dizia ser o escolhido por Deus e que Deus estava com ele acima de tudo.

Era uma fraude. Os eleitores dele foram enganados. Se decide eleição, Deus estava então ao lado dos nordestinos, e os nordestinos estão com Lula.

Bolsonaro estava falando de um Deus farsante, que ele achou que compraria como comprou o centrão.

Até o Deus do boca-de-cobra é fraudulento. Nem golpe o Deus de Bolsonaro consegue aplicar.

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